
Para ter sucesso com a criação comercial de surubim é muito importante avaliar as condições do local onde se pretende instalar os tanques. Neste sentido, o produtor deverá atentar-se quanto as características da água, o tipo de solo e a temperatura da água do local da piscicultura.
“Para avaliar a água que será utilizada na piscicultura, deve-se considerar a qualidade e a quantidade da mesma”, afirma José Eduardo Aracena Rasguido, professor do CPT da área Piscicultura. Outra dica é que a água seja abundante e livre de contaminações.
A qualidade da água influenciará diretamente no sabor e na qualidade da carne dos peixes produzidos, e a quantidade, por sua vez, deverá ser suficiente para permitir uma constante renovação de água dentro dos reservatórios, reduzindo ao máximo a competição entre os peixes por oxigênio.
“Por isso, a primeira coisa a ser feita pelo futuro piscicultor deverá ser a certificação de que a água que será utilizada nos tanques sempre se manterá isenta de agentes contaminantes e nocivos, tanto à vida dos peixes como a dos seres humanos que irão consumi-los”, complementa José Eduardo.
Normalmente, no meio rural, os mananciais de água são contaminados por resíduos de produtos químicos utilizados em lavouras ou por dejetos oriundos da criação de animais, de redes de esgoto, de agroindústrias e, ainda, de depósitos de lixos nas proximidades dos mananciais.
Os defensivos e os fertilizantes químicos aplicados com frequência nas lavouras podem alcançar os mananciais de água, principalmente através do escoamento superficial que, geralmente, ocorre após as chuvas mais intensas. Essa água, que não infiltrou no solo, arrastará os resíduos químicos depositados sobre o solo e nas plantas, até os mananciais.
As contaminações provenientes das instalações de animais, de redes de esgoto das residências, das descargas de efluentes de agroindústrias e de depósitos de lixos ocorrem porque as mesmas são lançadas nos cursos d'água sem que tenham sofrido nenhum tipo de tratamento adequado. Assim, é muito importante atentar-se para as possibilidades destas fontes de contaminação estarem afetando a qualidade da água.
Mesmo que na propriedade onde será instalada a piscicultura não sejam praticadas atividades que possam gerar fontes de contaminação do curso d’água, também será necessário fazer a avaliação da água, pois ela poderá estar recebendo agentes contaminantes de fora da propriedade.
“Entretanto, não será necessário fazer uma análise bioquímica da água para ser utilizada na piscicultura. Bastará apenas cerificar-se de que nela não são lançados agentes contaminantes”, finaliza José Eduardo.
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* José Eduardo Aracena Rasguido é Médico Veterinário pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1972). Atualmente, é Técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais. Tem grande experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Aquicultura.
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Por Silvana Teixeira.
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