
Em 1946, Andy Dufresne (Tim Robbins), um jovem e bem sucedido banqueiro, tem a sua vida radicalmente modificada ao ser condenado por um crime que nunca cometeu, o homicídio de sua esposa e do amante dela. Ele é mandado para uma prisão que é o pesadelo de qualquer detento, a Penitenciária Estadual de Shawshank, no Maine. Lá ele irá cumprir a pena perpétua. Andy logo será apresentado a Warden Norton (Bob Gunton), o corrupto e cruel agente penitenciário, que usa a Bíblia como arma de controle e ao Capitão Byron Hadley (Clancy Brown) que trata os internos como animais. Andy faz amizade com Ellis Boyd Redding (Morgan Freeman), um prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o mercado negro da instituição.
Algumas obras, como seus autores, deveriam ser para sempre reverenciadas. É o caso de Um Sonho de Liberdade e da fértil mente de Stephen King. Se hoje o filme é utilizado como referência, e possui um grau de popularidade elevadíssimo e está entre um dos melhores filmes de todos os tempos, quando ele foi lançado a realidade era bem diferente - o filme no ano de seu lançamento passou por maus bocados, como problemas financeiros e baixos índices de bilheteria.
A trama é simples, com algumas reviravoltas inusitadas e surpreendentes, nos momentos certos, claro. Andy, que foi condenado à prisão sob a acusação de ter assassinado a mulher e o amante, perde tudo e passa a ser perseguido por homossexuais. Seu único "amigo", é o cínico Red (Morgan Freeman), um presidiário veterano, e "único culpado dentro da cadeia". Freeman, como sempre, e na grande maioria dos filmes que faz, esbanja categoria no tradicional estilo "menos é mais".
O interessante da narrativa é que não existe pressa para mostrar a maneira como o banqueiro vai, lentamente, transformando a rotina do lugar de modo a garantir para sua uma vida sem sobressaltos. É somente perto do final que sua rotina vai ser fortemente abalada por uma revelação feita, displicentemente, por um preso novato. A reviravolta é surpreendente porque Hollywood costuma revelar esse tipo de informação antes da metade de qualquer projeção. Por isso, a informação atordoa não apenas o protagonista, mas também (e sobretudo) a plateia.
O drama eleva o debate sobre a liberdade a outros nichos. Nesse sentido, as relações que tem lugar na trama transbordam a noção comumente exposta nos filmes que tratam de cerceamento de liberdade e planos de fuga. O que vemos aqui é uma análise do comportamento humano em todas as suas faces.
A profundidade conceitual que atravessa toda a narrativa, somada a excelentes atuações, uma direção competente e uma trilha sonora que dava índices sobre o tempo que se passava dentro da prisão garantem que Um Sonho de Liberdade, seja uma das mais vivas memórias de um bom cinema. O filme vai ainda mais além, instaura debates com situações atuais e muito próximas da sociedade que o venera.
Lançamento: Jan/1994.
Gênero: Drama.
Nacionalidade: EUA.
Direção: Frank Darabont.
Produtor: Liz Glotzer.
Roteiro: Frank Darabont, Stephen King.
Elenco: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, William Sadler, Clancy Brown, Gil Bellows, James Whitmore, Jeffrey De Munn.
Por Ana Carolina dos Santos.
Fontes: Adoro Cinema, Ccine 10, Plano Crítico.
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