
Durante uma viagem de rotina no espaço, dois passageiros são despertados 90 anos antes do tempo programado, por causa de um mal funcionamento de suas cabines. Sozinhos, Jim (Chris Pratt) e Aurora (Jennifer Lawrence) começam a estreitar o seu relacionamento. Entretanto, a paz é ameaçada quando eles descobrem que a nave está correndo um sério risco e que eles são os únicos capazes de salvar os mais de cinco mil colegas em sono profundo.
Passageiros parte de uma premissa de ficção científica - 5 mil pessoas escolhem viajar cem anos no espaço para povoar uma colônia da Terra, mas uma falha na hibernação desperta passageiros antes do prazo - para falar, como em todo drama de viagem no espaço, de como nossos medos se ampliam no vácuo. Mas a partir da metade a coisa toda gira em falso. Se algo une a obra prévia de Tyldum (o suspense Headhunters) e seu seguinte desempenho em língua inglesa (O Jogo da Imitação e agora Passageiros) é a constatação de que o ímpeto do discurso é muito maior nesses filmes do que a capacidade de articulá-lo numa dramaturgia de fôlego, de fato.
Pratt, faz o mesmo estilo boa praça e descontraído de seus trabalhos recentes, mas é interessante ver como o ator adota a timidez pela primeira vez - algo inexistente em personagens como Senhor das Estrelas ou Owen de Jurassic World. Já Lawrence surge com seu carisma habitual, ainda que seu desespero e excessos de raiva beirem o over the top aqui, fruto das caras e bocas nadas discretas da atriz. E mesmo que tenha pouco tempo em cena e surja em uma performance de nota única, Michael Sheen é eficiente como o robô barman Arthur.
Passageiros tem boas ideias e um elenco bom, além de um festival visual que agrada pela plasticidade. Vale a pena assistir.
Passageiros: Jan/2016
Nacionalidade: EUA
Gênero: Ficção Científica, Romance e Ação
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Jon Spaihts
Elenco: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Laurence Fishburne, Andy Garcia, Aurora Perrineau, Lindsey Elizabeth
Por Ana Carolina dos Santos.
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