
As teteiras, devem ser colocadas nas vacas, no máximo 1 minuto e 30 segundos após a retirada dos primeiros jatos.
Mastite é a inflamação da glândula mamária, sendo causada, em grande parte, por bactérias e fungos. No Brasil, há estimativas que apontam uma variação de 20% a 38% na prevalência da doença.
A mastite pode ser dividida em dois grupos, quanto a sua forma de manifestação:
1) A mastite clínica, que apresenta sinais evidentes de sua manifestação, tais como edema, aumento de temperatura, endurecimento e dor na glândula mamária e / ou aparecimento de grumos, pus ou qualquer alteração nas características do leite; e
2) A mastite subclínica, que se caracteriza por alterações na composição do leite, tais como aumento na contagem de células somáticas, entre outros.
Dentre os quadros de mastite apresentados existe, também, a mastite contagiosa, que apresenta baixa incidência de casos clínicos e alta incidência de casos subclínicos, geralmente de longa duração, apresentando alta contagem de células somáticas. Esse tipo de mastite é causada por patógenos cujo habitat preferencial é o interior da glândula mamária e a superfície da pele dos tetos.
Para que haja a transmissão, é necessário que exista um elemento de ligação entre um quarto infectado e um quarto sadio. Na maioria das vezes, esses “vetores” são: mãos do ordenhador, pano / esponja para secagem dos tetos (quando utilizados em várias vacas) e teteiras. Alguns prodedimentos ajudam a evitar ocorrência de mastite nos rebanhos. Dentre eles, destacam-se:
- higiene das mãos do ordenhador: por serem uma fonte de patógenos causadora de mastite recomenda-se, antes da ordenha, a lavagem completa das mãos dos ordenhadores com água e sabão, seguida preferencialmente pela desinfecção em solução desinfetante à base de cloro, iodo ou colorexidina;
- retirada dos primeiros jatos: os primeiros 3 ou 4 jatos devem ser retirados em uma caneca telada ou de fundo preto, para diagnosticar a mastite clínica, estimular a descida do leite e retirar os jatos que apresentam maior conceNtração microbiana;
- lavagem dos tetos com água corrente: somente deverá ser feita nos casos de vacas que chegam à sala de ordenha com tetos visualmente sujos. Para isso, utiliza-se uma mangueira de baixa pressão e procede-se uma lavagem apenas dos tetos, evitando-se molhar as partes altas do úbere;
- imersão dos tetos em soluções desinfetantes: também conhecida como pré-dipping, deve-se fazer a imersão completa dos tetos em soluções como hipoclorito de sódio 2%; iodo 0,3%; ou clorexidina 0,3%;
- secagem dos tetos: quando se utiliza o pré-dipping, a etapa de secagem dos tetos passa a ser fundamental, principalmente para que não ocorra a contaminação do leite com desinfetante, além de evitar o deslizamento de teteiras, que é um dos principais determinantes de novas infecções intramamárias. Há a necessidade de se utilizar papel toalha descartável para cada vaca evitando-se assim a transmissão de bactérias de uma vaca para outra;
- colocação das teteiras: devem ser colocadas no máximo 1 minuto e 30 segundos após a retirada dos primeiros jatos, permitindo-se a menor entrada de ar possível, o que é obtido, abrindo-se o registro de vácuo, somente quando já estiver com o conjunto de teterias estranguladas para baixo, no momento da colocação para evitar a entrada de ar. Esse procedimento objetiva reduzir a ocorrência de flutuações de vácuo decorrentes da entrada de ar nas teteiras;
- ajuste das teterias durante a ordenha: deve-se fazer um monitoramento constante durante a ordenha, após a colocação de todos os conjuntos de teteiras, de forma a atender prontamente os casos de deslizamento ou queda destas. A taxa e a vazão do pulsador também precisam ser monitoradas para estarem dentro dos padrões;
- retirada das teteiras: assim que cessar o fluxo de leite, deve-se retirar as teteiras sendo, para isso, necessário fechar o registro de vácuo para que não ocorram lesões nos tetos e no esfíncter. Cabe destacar que não deve ser feito o repasse manual após a retirada das teteiras. caso haja problemas com leite residual, deve-se procurar as causas do problema que podem ser o mau funcionamento da ordenhadeira ou o manejo inadequado dos animais antes da ordenha(estresse);
- imersão dos tetos após a ordenha (pós-dipping): deve-se realizar a imersão completa dos tetos em solução desinfetante. Utiliza-se, para isso, canecas para imersão de tetos do modelo sem retorno (one way) que impedem o retorno da solução após a aplicação. Uma estratégia de manejo importante é oferecer alimentos às vacas, mantendo-as em pé durante o período imediatamente após a ordenha, no qual o esfíncter do teto não está totalmente fechado. Caso o animal se deite, há o risco de contaminação pela entrada de bactérias; e
- desinfecção das teteiras: a imersão das teteiras em solução desinfetante é uma prática que traz benefícios no combate à mastite. No entanto essa medida apresenta limitações de ordem prática, pois faz com que a sequência do trabalho de ordenha seja interrompida, gerando o aumento de tempo da ordenha.
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