
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABraz), mais de 35 milhões de pessoas têm Doença de Alzheimer no mundo. Só o Brasil detém cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Esta enfermidade atinge principalmente idosos a partir dos 55 anos de idade. Entre os sintomas estão a perda de funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem, que podem ocasionar dificuldade para realização de atividades da vida diária. A doença ainda é marcada pela falta de conhecimento pela crença de que alguns sintomas são naturais do processo do envelhecimento.
O neurologista Antônio Eduardo Damin esclarece alguns mitos e verdades sobre a doença. Confira:
1.MITO: O primeiro sintoma do Alzheimer é sempre a perda da memória
Apesar de ser o sintoma inicial mais comum, nem sempre a perda da memória é o sintoma que sinaliza o início da doença. Em algumas pessoas, os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer podem ser desorientação no tempo e espaço, dificuldade de linguagem, dificuldade para planejar ou resolver problemas mais complexos, ou mesmo realizar tarefas corriqueiras, alterações de humor e comportamento, dentre outros.
2.MITO: Esquecer as coisas significa ter a Doença de Alzheimer
Problemas de memória podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências, ou até mesmo estresse, ansiedade e depressão. Outras causas de esquecimento podem ser associadas a distúrbios do sono ou uso de medicamentos que afetem a memória. A doença de Alzheimer, em fases iniciais atinge a capacidade de guardar novas memórias e as mais recentes, enquanto a memória de fatos acontecidos há mais tempo (como na infância) são preservadas. As pessoas afetadas pela Doença de Alzheimer possuem um quadro progressivo de dificuldade de memória.
3.MITO: Quem tem Alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor
O portador desta doença se mantém consciente do que está acontecendo ao seu redor, apesar das dificuldades de memória e dos outros sintomas. Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. O importante é não tratar o idoso com Alzheimer de forma infantilizada. Deve-se preservar seu papel e espaço nas relações familiares.
4.MITO: Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a evitar a doença
Esses jogos de raciocínio podem amenizar os sintomas e até ajudar no tratamento. Porém, sua prática não evita que uma pessoa desenvolva ou interrompa a evolução da doença.
5.VERDADE: Praticar atividade física é importante para pessoas com Alzheimer
Exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como amenizar seus sintomas, além de melhorar a qualidade de vida do cuidador e paciente. Se o paciente não possui contraindicação à prática de alguma atividade física, esta deve ser incentivada e o sedentarismo evitado. Mesmo em pessoas que não possuem a doença, há estudos sugerindo que a prática regular de atividade física pode contribuir para a prevenção da doença de Alzheimer no futuro.
6.VERDADE: A Doença de Alzheimer não tem cura
Infelizmente, a doença não tem cura após seu estabelecimento. Porém, existem tratamentos que retardam sua evolução e outros que minimizam os distúrbios cognitivos, do humor e do comportamento. Alguns medicamentos podem tornar o processo mais demorado ou atacar problemas paralelos da doença, como insônia ou agitação.
7.VERDADE: Cuidadores e familiares também precisam de cuidado para conviverem com a doença
A Doença de Alzheimer exige tanto das pessoas que cuidam dos pacientes que é preciso que elas se mantenham física e psicologicamente saudáveis para darem conta de uma situação que gera extremo estresse. Tratar do portador de Alzheimer é também cuidar de quem está em torno dele. É importante participar de grupos de apoio, aprender a lidar com a culpa, o cansaço, a angústia, além das mudanças na rotina e dos cuidados com o paciente.
Antônio Eduardo Damin, especialista em Neurologia Cognitiva e Comportamental pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Escreveu artigos para a Revista Ao Seu Lado, uma parceria da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer) com a Libbs Farmacêutica, entregue nos consultórios médicos.
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