A arte de falar em público

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Como todos sabemos, falar em público é, antes de uma arte, uma barreira que necessita ser destruída por muitas pessoas. Pode-se dizer, que esta barreia está presente, principalmente, entre as pessoas consideradas “tímidas” que ao passar por um momento de estresse, como o de falar em público, costumam ter súbito esquecimento daquilo que está sendo dito, terem gagueira e, até mesmo, desmaios. Como se fosse pouco, além da imensa vergonha, esse momento se torna um grande fiasco, o que piora ainda mais a situação para essas pessoas.

Já outras, possuem o dom natural da fala. São aquelas consideradas, por muitos, como pessoas “descoladas”. Elas conseguem não só se comunicar com grande facilidade, como também induzir, convencer, atrair o seu público para aquilo que está sendo dito.

Nos dias atuais, falar em público tornou-se uma necessidade em praticamente todos os setores da vida pública ou privada. E, há de se considerar, que se quisermos vender o nosso maior produto, ou seja, nós mesmos, temos de ter uma boa oratória. Imagine-se numa entrevista de emprego para um cargo muito desejado. Estar despreparado para se comunicar com o entrevistador, poderá colocar tudo a perder. Não cabe, nesse momento, tipo algum de erro. Nada de gaguejar, nada de desmaiar e nada de esquecer as respostas ideais para se conseguir um emprego. Tem-se, nessa hora, de convencer ao entrevistador que o melhor de todos os candidatos, é você.

É necessário estarmos preparados para convencer e persuadir o nosso público em vários momentos das nossas vidas, como, por exemplo, em salas de aulas, em cultos, em convenção de condomínios, ao apresentar seminários, etc. Inclui desde estudantes a profissionais de diversas áreas estabelecidas passando, até mesmo, por cidadãos comuns que ocupem alguma atividade de liderança. Assim, advogados, professores, relações públicas, jornalistas, médicos, presidentes e líderes de organizações civis, religiosas e outras precisam estar prontos para, quando chamados, fazerem apresentações públicas.

No entanto, para que isso aconteça com sucesso, devemos encarar esse momento como um desafio e ter a preocupação de desenvolver algumas técnicas para vencê-lo. A oratória ou arte de falar ao público está compreendida em quatro áreas: Pedagógica, Política, Forense e Religiosa. Para cada uma dessas áreas, existem técnicas adequadas, específicas, conforme as necessidades intrínsecas de cada gênero.

Assim, a oratória pedagógica é voltada para o ensino e a educação; Oratória política para relações públicas e formação de opinião; Oratória forense, empregada nos tribunais e fóruns de justiça; e a oratória religiosa ou homilética, voltada para o ensino e a exortação nos cultos religiosos.

“Oratória é a arte de falar bem, mediante a utilização de diferentes recursos da linguagem, com o objetivo de provocar determinado efeito no ouvinte. Também chamada retórica.”, afirmam os Professores Marcos Antônio Barbosa e José Mauro de Souza Lima do Curso Falando em Público Comunicação e Apresentação, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Esteja preparado. Nunca enfrente um auditório sem conhecimento de causa. É fiasco na certa. Se você tiver um bom conhecimento do assunto, dominar o tema, você já está a meio caminho do sucesso. Todavia, para você receber aplausos entusiásticos da plateia, não basta só dominar o assunto, ser o pai da matéria, é preciso saber apresentar-se, entregar a mensagem de maneira eloquente, vibrante e com energia.

Mas, para chegar até este ponto, é preciso estar atento a essas recomendações para fazer uma boa apresentação em público:

- Prepare-se
A primeira providência para uma apresentação de sucesso é o planejamento para uma comunicação eficaz, que envolve basicamente três passos: preparação, desenvolvimento e aperfeiçoamento.

- Aspecto físico
Conservar, durante a apresentação, uma postura digna, sóbria, sem afetações como: ar de superioridade, arrogância, desprezo e sofisticação inadequada. Mostre higiene pessoal como barba e cabelo bem cuidados, roupa e sapatos limpos. Use as roupas adequadas a cada ambiente e, ou, apresentação pública, como o terno, que confere maior seriedade ao apresentador.

- Postura perante a plateia
Ao caminhar para a tribuna ou para o microfone no local de apresentação, faça-o com garbo, elegância, distinção. Pare, olhe as pessoas, examine o local, contando mentalmente, cinco segundos, respire fundo e então comece a falar. Durante sua apresentação, procure permanecer em uma faixa delimitada no local, de modo que não prejudique sua apresentação e a visão dos participantes. Essa faixa de movimentação deverá lhe proporcionar a visualização de todos os ouvintes. Focalize, diretamente, os olhos das pessoas, principalmente daquelas que se encontram no canto da sala, fora de visão do ângulo normal. Seu local de apresentação, devidamente preparado com antecedência, deve estar posicionando próximo os recursos áudio-visuais (flip-chart, retroprojetor, projetor, tela, TV, etc.), de modo que que os participantes o vejam e o ouçam bem, assim como os recursos utilizados.

- Colocação da voz
No mínimo, uma voz clara, firme, com dicção perfeita e simpática.

- Movimentação na tribuna
O movimento do palestrante na “faixa de movimentação” não deve ser em excesso e nem o palestrante deve ficar estático como uma rocha. Os gestos devem fluir de uma forma natural, o caminhar em frente aos palestrantes deve ser feito de modo que não canse os ouvintes. Outra posição inadequada é encostar-se ou assentar-se na mesa, que pode passar a impressão de desprezo aos ouvintes. A movimentação e os gestos deverão ser de acordo com a aceitação e a necessidade de “acordar” a plateia.

- Memória e Improvisação
A memória é fundamental para o orador. Não se trata de decorar um discurso, mas sim de relembrar as ideias e ordená-las, de lembrar fatos passados, que são importantes na composição do discurso, de lembrar números e estatísticas que poderão ser utilizados para complementar ou para ilustrar os discursos. Mas, não é bom confiar totalmente na memória, porque ela pode falhar, e isto é normal. Estando preparado para esses “brancos”, o orador não perde a tranquilidade, pois pode recorrer às suas anotações, e recursos, como transparências, slides e fichas. Pode recorrer também a fatos relacionados com sua vida, com as pessoas do auditório e ainda à habilidade de criar situações, que poderão substituir aquela parte que esqueceu, muitas vezes, com grande sucesso. Essas improvisações devem estar, é claro, dentro do texto, e ser de interesse do público.

- Originalidade
As pessoas devem se inspirar nos grandes nomes, em grandes oradores, mas devem, principalmente, criar uma forma pessoal de apresentação. Imitar os outros não é nada original, e pode não funcionar, porque somos todos diferentes. O orador deve criar seu próprio discurso e seus gestos, modificando e substituindo a mensagem de acordo com sua personalidade e a do público a quem se dirigir. Abandonar os velhos conceitos, velhos paradigmas que não nos permitem usar a criatividade e nem aprofundar a nossa mente, para encontrarmos novas formas de substituir, dizer e agir é essencial.

- Energia e paixão
O entusiasmo é a fonte de energia para o sucesso, é a paixão, que faz com que as pessoas sejam capazes de superar a adversidade, e obter resultados extraordinários. A boa apresentação agrega valores ao produto, ao serviço e à própria pessoa que está se utilizando da palavra. Ela possibilita transformar um produto ou um serviço em uma joia rara. É preciso vibrar, lutar, usar todo o conhecimento, criatividade e vários outros atributos da pessoa humana todas as horas do dia, todos os dias. Caso contrário, o comportamento frio, temeroso, sem vida, leva ao desânimo aqueles que estão ouvindo e o próprio orador.

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Por Silvana Teixeira