Lucas Bonoto, professor do Curso CPT Como Cuidar e Educar o Seu Cão, relata que os cães como companheiros estão presentes cada vez mais nos lares. No entanto, ter um cão como animal de estimação significa muito mais que ter um amigo, significa, também, assumir cuidados frequentes para que ele apresente boa saúde.
Não dá pra negar que um dos aspectos que mais chamam a nossa atenção nos cães é a sua aparência. Pelos, focinho, rabos saltitantes e orelhas grandes são marca registrada desses animais que, não por acaso, são chamados de “melhores amigos do homem”. Porém, sua aparência também exige um cuidado maior para manter sua saúde.
As orelhas, por exemplo, por serem grandes e estarem mais expostas, estão muito susceptíveis a doenças como a otite, uma inflamação que está entre as ocorrências mais comuns em consultórios veterinários. O grande desafio está, em muitos casos, em encontrar o agente causador ou tratar os fatores que perpetuam a doença em casos de otites crônicas e recorrentes.
Classificação
É possível classificar a otite a partir de vários critérios. Porém, ela é comumente classificada em Otite Externa (OE) e Otite Média (OM), cada uma de acordo com o local onde a lesão se encontra. A OE ocorre no epitélio que reveste o conduto auditivo externo, ao passo que a OM afeta o ouvido médio. Em muitos casos, a OM pode ocorrer como consequência de uma OE crônica, quando há rompimento do tímpano e distribuição bilateral.
Como principais agentes da OE, temos o fungo Malassezia pachydermatis e a bactéria Staphylococcus intermedius, associados ou não a bastonetes. Já na OM, também é possível identificar o Staphylococcus, além do Streptococcus sp. e Pseudomonas sp..
Principais sintomas
Caracterizando a OE, é possível observar sinais de inflamação na parte interna da orelha, como vermelhidão, edemas, ulceração na parte interna dos condutos, dor na palpação e presença de secreções. Frequentemente, essas secreções possuem um mau odor característico da doença. Também pode ocorrer balançar de cabeça frequente do cachorro, prurido, evidência de auto traumatismos e corrimento otológico.
Dentre os sintomas, destacam-se, por ordem de maior ocorrência: as lesões no pavilhão auricular, otalgia e alteração do posicionamento do pavilhão auricular. Observando os exames otoscópicos, é possível perceber a presença de pontos hemorrágicos, erosão no epitélio do conduto auditivo e presença de corpos estranhos no conduto auditivo. A otoscopia ainda revelou, em relação à membrana timpânica, ruptura parcial ou total e não visualização.
Raças predispostas
Dentre as raças que já estão mais propensas à otite, destacam-se as que possuem orelhas pendentes e pelos abundantes, como é o caso da raça Basset Hound, da Beagle e também da Cocker. Filhotes e cães com até 5 anos de idade contraem mais a doença do que animais mais velhos.
Também é possível perceber que animais que nadam ou que permanecem muito tempo em ambientes úmidos estão mais propensos a desenvolver a otite, dado que a umidade em excesso provoca maceração do estrato córneo e estimula as glândulas ceruminosas, funcionando como um “start” para a doença.
Atenção!
Ao perceber o animal coçando as orelhas, sacudindo-as frequentemente, com mau odor nelas ou evitando o toque na região auricular, procure um médico veterinário para que o animal possa ser examinado. Jamais tente automedicar o animal ou promover uma limpeza caseira das orelhas do animal, pois isso pode piorar ainda mais o quadro.
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Fonte: Syntec – syntec.com.br
por Renato Rodrigues
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