Da mesma forma, “os educadores devem estar prontos para situações inusitadas, já que, muitas vezes, esse tema surge em sala de aula de forma imprevisível. O motivo para essa imprevisibilidade talvez seja o fato de que a sexualidade gere nos alunos sentimentos, sensações e dúvidas muito variadas, em manifestações espontâneas, que acontecem inevitavelmente”, afirma Bruno de Morais Cury, professor do Curso CPT de Orientação Sexual — Tema Transversal — Fundamental 1.
O tema transversal Orientação Sexual é um tema muito polêmico, principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental. Sendo assim, é preciso que o professor encare o assunto com tranquilidade, à luz da ética e do conhecimento científico, longe das visões estereotipadas e preconceituosas que cercam a temática. Logo o educador irá perceber que, para crianças com idade de seis a nove anos, a sexualidade é algo bem menos complexo que para um adulto.
Para auxiliar os professores, os PCN propõem que a abordagem da sexualidade, no âmbito da educação, tenha algumas características importantes:
— seja clara, para ser tratada de forma simples e direta;
— seja ampla, para não reduzir sua complexidade;
— seja flexível, para permitir o atendimento a conteúdos e situações diversas;
— seja sistemática, para possibilitar aprendizagem e desenvolvimento crescentes.
Além disso, notamos o quão importante é orientar o aluno quanto à sua sexualidade, pois isso está vinculado diretamente ao exercício da cidadania. Se, por um lado, propõe o desenvolvimento do respeito a si mesmo e ao outro, por outro, contribui para garantir direitos básicos a todos, como a informação e o conhecimento. Estes são, sem dúvida, elementos fundamentais para a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de suas capacidades.
Postura do Educador
— O professor deve buscar dois elementos básicos de postura, fundamentais:
— O professor deverá evitar colocar seus próprios valores, crenças e opiniões como princípios ou verdades;
— Deverá ouvir e aceitar as expressões próprias da sexualidade de seus alunos, que podem não ser as mesmas nas quais acredita, mas que devem ser respeitadas.
Com base na teoria humanista, o professor deve ver a sala de aula como um grupo humano, considerando as diversas relações ali estabelecidas com todas as suas complexidades e peculiaridades. Sendo assim, os profissionais da educação deve considerar o aluno em todas as suas manifestações, estas decorrentes de uma complexa gama de fatores. Isso quer dizer que cada ser age a seu modo, de acordo com o seu processo de experimentação.
Para isso, a relação entre professor e aluno deve focar no diálogo, onde o conteúdo deve ser construído em uma relação dialógica. Além disso, se o professor sabe bem quais são seus próprios valores, crenças, opiniões e sentimentos, sabe expressá-los e tem consciência de que são particulares, certamente terá maior facilidade para desenvolver uma postura ética em sala de aula.
Essa postura tende a facilitar a relação com os alunos, em simultâneo, em que serve de incentivo à busca do conhecimento sobre a sexualidade. Isso ocorre à medida que os alunos percebem que sua voz tem valor, que não estão apenas ouvindo algum tipo de dogma o qual terão obrigatoriamente de reproduzir nas avaliações, mesmo não acreditando neles, como condição para serem aprovados.
O passo inicial para conquistar a confiança dos seus alunos ocorre quando o educador se mostra disponível para conversar sobre as questões colocadas e evita emitir juízo de valor a respeito das colocações dos alunos e discursos moralistas e negativistas sobre o tema. Como exemplo, podemos citar algumas características fundamentais que o educador precisa ter, para conquistar alunos de todas as idades, que podem ser expressas na forma de capacidade de:
— assumir a responsabilidade pelo processo aprendizagem;
— criar um clima de trabalho positivo em sala de aula;
— selecionar conteúdos adequados e relevantes;
— buscar sempre qualidade didática em suas aulas;
— atuar de forma moderadora na gestão das turmas;
— avaliar corretamente seus alunos, em simultâneo, em que avalia e dá feedback a seu próprio trabalho.
Muito importante também é se colocar no mesmo patamar de entendimento que seus alunos para poder entendê-los melhor e para que eles também o entendam. Além disso, é necessário entender o que os alunos esperam de você, professor, e tentar enxergar as aspirações do grupo.
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Por Andréa Oliveira
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