Na escola, a ideia de ética encontra-se, primeiramente, nas relações entre os que constituem essa instituição: alunos, professores, funcionários e pais. Em segundo lugar, encontra-se nas disciplinas do currículo, já que o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de todo tipo. Por fim, a ética encontra-se nos demais temas transversais, pois ,de uma forma ou de outra, tratam de valores e normas.
Assim, “a reflexão sobre os diversos aspectos da conduta humana deve fazer parte dos objetivos maiores da escola comprometida com a formação para a cidadania. Partindo dessa perspectiva, o tema ética traz a proposta de que a escola realize um trabalho que possibilite o desenvolvimento da autonomia moral, condição para a reflexão ética”, afirma a professora Maria Cortes, do curso Ética – Tema Transversal – Fundamental I, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
O tópico introdutório dos PCN traz um interessante conceito, sobre a necessidade de explicitar as questões éticas no ambiente da escola. Segundo o texto apresentado:
“Valores e regras são transmitidos pelo professores, pelos livros didáticos, pela organização institucional, pelas formas de avaliação, pelos comportamentos dos próprios alunos, e assim por diante. Então, ao invés de deixá-las ocultas, é melhor que tais questões recebam tratamento explícito. Isso significa que essas questões devem ser objeto de reflexão da escola como um todo, ao invés de cada professor tomar isoladamente suas decisões. Daí a proposta de que se inclua o tema ética nas preocupações oficiais da educação”.
Como todo ser humano, sem distinção, merece tratamento digno, devemos agir sempre respeitando a dignidade, sem humilhações ou discriminações em relação a sexo ou etnia. É o que aborda a nossa Constituição Federal. E cabe ao professor aplicar esses fundamentos não só a seus alunos como para si mesmo.
Deve-se ter em mente também que os alunos têm direito de ter suas opiniões, de expressá-las, de organizar-se em torno delas, ou seja, não se deve obrigá-los a silenciar ou esconder seus pontos de vista. Isso quer dizer que são livres. No entanto, essa liberdade não deve ultrapassar a do outro. Deve haver, acima de tudo, respeito ao próximo e igualdade de direitos e deveres.
Ao falarmos em deveres, na verdade, estamos falando também no respeito aos direitos das outras pessoas. Respeitar os seus direitos é algo que pode ser obtido de muitas maneiras. A melhor dessas maneiras, entretanto, é a legitimação das regras sem a necessidade de controle externo (controle do Estado), quando o cidadão se sente bem em praticar valores positivos para o bem comum.
Considerando essa missão da educação, podemos perguntar o que leva alguém a pautar suas condutas segundo determinadas regras? E de que maneira alguns valores acabam se tornando tradução de um ideal de Bem, de forma a gerar deveres para as pessoas que os legitimam? São muitas as visões sobre o comportamento humano que determinariam diferentes respostas para estas perguntas:
- Alguns consideram que o hábito de certas condutas acaba por validá-las, ou seja, trata-se simplesmente de um costume;
- Outros consideram que algumas condutas são consideradas boas e, por isso, acabam sendo praticadas, portanto, sob essa ótica, o juízo seria o fator fundamental na legitimação de regras;
- Existem também explicações para a legitimação de valores segundo as quais esses processos são inconscientes, ou seja, são ignorados pelo próprio sujeito que as pratica, geralmente construídos durante a infância e acabam sendo determinantes na conduta moral.
Confira mais informações, acessando os cursos da área Metodologia de Ensino.
Por Andréa Oliveira
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.