Competição ou cooperação: o que é melhor em sala de aula?

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Na vida profissional ou na sala de aula, há sempre uma confusão sobre o que seria mais adequado. Muitas vezes, há a tendência de se considerar que, na sala de aula, o mais adequado é fomentar a competição, de forma que os alunos estejam preparados para um futuro no qual estarão expostos a um mundo competitivo, seja como empreendedor ou no mercado de trabalho. "De fato, a competitividade é um elemento que ajuda a mover a economia e, complementarmente, a cultura, a política e a vida social", afirma Dr. Per Christian Braathen, professor do Curso a Distância CPT Metodologia de Ensino Aplicada a Grupos. No entanto, um sério engano é cometido por educadores que confundem competitividade com individualismo.

O mundo é competitivo, mas a cooperação é muito mais produtiva. Mesmo no ambiente competitivo das empresas, uma das características mais valorizadas em um profissional é capacidade de trabalhar em grupo. Já a ambição como característica dominante no comportamento do profissional ou do empreendedor, normalmente, é vista negativamente. Isso é verdadeiro também no ambiente escolar. Em um ambiente de cooperação, no trabalho em grupo, as lideranças amadurecem naturalmente, enquanto, no ambiente competitivo, pessoas excessivamente ambiciosas surgem como falsas lideranças que, na verdade, tendem a comprometer uma organização.

À medida que as indústrias demandam estudantes com habilidades de trabalhar em equipe, muitas Universidades dos Estados Unidos passaram a encorajar o corpo docente a usar a aprendizagem cooperativa - uma técnica de aprendizagem em grupos que pode ser usada em aulas ou como uma base instrucional para uma disciplina inteira. Essas instituições perceberam que, em relação à aprendizagem competitiva ou individualista, a aprendizagem cooperativa tende a resultar em maior sucesso, a promover um relacionamento mais positivo entre os estudantes, além de levar a ajustamentos psicológicos mais sadios. Isso porque a aprendizagem cooperativa é capaz de promover o uso de estratégias de raciocínio mais elevadas. Qualquer tarefa, de qualquer conteúdo, de qualquer currículo, pode ser realizada de forma cooperativa, desde que a orientação do trabalho seja planejada adequadamente.

“A confiança no uso de aprendizagem cooperativa na sala de aula universitária é baseada em 90 anos de pesquisa, que produziu mais de 600 trabalhos demonstrando que aprendizagem cooperativa resulta em maior sucesso, relacionamento mais positivo entre estudantes, e ajustamentos psicológicos mais sadios do que aprendizagem competitiva ou individualista”, afirmam os pesquisadores David Johnson, Roger Johnson e Karl Smith, os autores de uma monografia de 1991, intitulada “Cooperative Learning: Increasing College Faculty Instructional Productivity” (Aprendizagem Cooperativa: aumentando a produtividade instrucional de professores universitários). Além disso, reportam esses pesquisadores que a aprendizagem cooperativa promove maior uso de níveis de estratégias de raciocínio mais elevados e raciocínio crítico do que aprendizagem competitiva e individualista.

Aprendizagem cooperativa, entretanto, não significa simplesmente fazer com que alunos se sentem juntos em torno de assuntos e materiais comuns, e resolvam uma tarefa. A efetividade do trabalho em grupo, que favoreça a aprendizagem cooperativa, depende de estratégias e iniciativas do professor, na forma como o trabalho é proposto.

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Por Silvana Teixeira.