Sistematizar a leitura é fundamental, para torná-la mais efetiva para a aprendizagem. A leitura é componente indissociável do ensino, uma ferramenta que tem a capacidade de levar informações objetivas, científicas, em grande volume. É um recurso capaz de causar emoções, de transmitir alegria e tristeza, de difundir ideias e ilusões. Pode não ser a forma mais eficiente de levar à aprendizagem, se comparada às atividades práticas e às observações de fenômenos, por exemplo, mas é a forma universalmente aceita de passar informações que, dependendo do contexto, certamente, podem se transformar em conhecimento.
Segundo Dr. Per Christian Braathen, professor do Curso a Distância CPT Estratégias de Ensino - Como Fazer Seus Alunos Aprenderem Mais, “Resultados de estudos no nível psicológico das pessoas revelaram que o aprimoramento da capacidade de ler resulta em aumento da capacidade de aprender como um todo, ou seja, a leitura pode ir muito além da mera recepção das informações”.
Leitura orientada
O maior problema da leitura como ferramenta de aprendizagem, que diminui seu potencial, é a falta de sistematização de seu uso. Esse problema, entretanto, é de fácil solução: o professor deve assumir a postura de um facilitador/orientador nesse processo. A leitura deve ser feita de uma forma articulada com o ensino de cada conteúdo, auxiliando no desenvolvimento de habilidades como observação, organização e expressão de ideias. Isso será possível, quando o professor usar a leitura orientada, ou seja, quando, de várias maneiras, o professor interferir, direta ou indiretamente, no processo, garantindo que a leitura se torne produtiva para os alunos.
A leitura mal orientada leva à perda de tempo e ao desestímulo. Esse desestímulo vem do fato de o aluno ser levado a ler grande quantidade de texto, para retirar quase nenhuma informação que lhe seria útil, ou que estivesse no seu nível cognitivo ou emocional. Além de indicar boas fontes de informação escrita, o professor deve também selecionar os melhores textos para cada situação. Isso só será possível após uma boa análise da bibliografia disponível. Será que está adequada ao conteúdo proposto? É didática, bem ilustrada e de fácil compreensão, de acordo com a maturidade psicológica e cognitiva dos alunos? A quantidade de fontes que foram indicadas é suficiente para que seja atendida a necessidade de variedade de fontes? Ou, por ser excessiva, pode atrapalhar? Fazendo boas indicações, o professor ajuda seus alunos a pouparem tempo e a aprenderem mais e melhor. Trabalhando melhor as indicações, o professor poderá fazer a avaliação das atividades baseadas em leitura mais facilmente. Teremos de conhecer bem e ter mais segurança sobre as fontes indicadas, o que também vai nos dar uma boa ideia sobre o que esperar em termos de conteúdo assimilado.
Incentivo à leitura
Primeiro, é preciso considerar que não é fácil gostar de ler, principalmente para quem não adquiriu o hábito durante a infância. Porém, a maioria dos alunos, tenha certeza, sabe que ler é essencial para quem quer ser alguém na vida, o que é uma vantagem a favor da aprendizagem da leitura. Se seus alunos ainda estão na pré-adolescência, é uma boa oportunidade para que você, professor, os incentive a ler, indicando bons livros, que estejam de acordo com a maturidade cognitiva e a bagagem cultural que possuem, de acordo com a faixa etária deles. Pense que, na leitura, como tudo na vida, cada coisa acontece a seu tempo: para uma pessoa gostar de ler, é preciso ler o que lhe dá prazer. No caso de garotos e garotas na pré-adolescência, um bom começo são os gibis.
Para os alunos em uma fase da adolescência mais avançadas e para jovens e adultos, a estratégia é parecida. Mas, como a necessidade de leitura aumenta, com o nível do ensino, a urgência e a necessidade de dedicação são maiores. Aconselhe seus alunos a reservarem um tempo do seu dia para ler, de uma forma bem disciplinada, nunca deixando para depois.
Garanta a seus alunos que, lendo um pouquinho todos os dias, esse ato acabará se tornando corriqueiro e até mesmo uma forma de lazer. Agora, para ler textos com conteúdos da matéria, aconselhe seus alunos a encararem o momento da leitura como um ritual, para o qual eles precisam de um local tranquilo, confortável e devidamente iluminado. O desconforto durante a leitura atrapalha.
Outra orientação a ser dada diz respeito ao fato de que muitas pessoas começam a ler vários livros ao mesmo tempo, guiados por certa ansiedade ou pela curiosidade quanto aos títulos disponíveis. Esse é um erro comum que deve ser evitado. O ideal é ler um livro de cada vez, ou um texto didático de cada vez.
Outra importante informação que precisa ser levada aos alunos e constantemente destacada é a de que quem lê muito, geralmente, escreve bem. E escrever bem, ou seja, saber se expressar com facilidade na linguagem escrita facilita muito a vida de quem é estudante. Muitas vezes, um aluno estuda muito, prepara-se bem e sabe muito da matéria, mas, na hora da avaliação, não consegue se expressar adequadamente por escrito, o que o leva a ter notas menores do que potencialmente poderia ter.
Por outro lado, muitos alunos até sabem menos, e até se esforçam menos na rotina dos estudos, mas, por saberem se expressar bem na linguagem escrita, eles acabam sendo mais bem avaliados. Para terminar nossa abordagem sobre esse tema, algumas últimas dicas que podem ser dadas aos alunos:
- Antes de iniciar a leitura de um texto, seja um livro ou capítulo, é importante dar uma passada de olho geral nas páginas. O leitor deve buscar uma ideia global do assunto abordado e da quantidade de tempo que necessitará para a leitura.
- Durante a leitura, ao final de cada tópico, é importante rever mentalmente os principais pontos que foram lidos.
- Oriente seus alunos para o momento em que encontrarem dificuldades nas partes mais importantes do texto: não é produtivo simplesmente ficar relendo inúmeras vezes o mesmo trecho. O melhor é tirar a dúvida com o professor ou um colega ou, ainda, fazer uma rápida revisão do material mais básico relacionado ao tema.
- Diga a eles que é importante tomar notas do que está sendo lido, mas isso não significa copiar simplesmente o texto que está sendo lido. Devem ser registrados os aspectos mais importantes, como uma estratégia para não ter de reler os textos originais, o que significa mais tempo necessário aos estudos.
- Terminada a leitura, vale a pena dar uma nova passada de olho geral nas páginas, na forma de uma rápida revisão.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
Joaquim Mascarenhas Lustosa
21 de dez. de 2017Estou concluindo alguns cursos de Metodologia de Ensino, do CPT. Logo que conclui-los, gostaria de fazer esses de Estratégias de Leitura. Obs.: Gostei muito do texto "Como melhorar a leitura de seus alunos".
Resposta do Portal Cursos CPT
21 de dez. de 2017Olá, Joaquim.
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site. Ficamos felizes que tenha gostado do nosso conteúdo.
Atenciosamente,
Renato Rodrigues.