A conversa de roda é uma excelente estratégia que permite que a criança se apresente e se revele como um ser em construção, no convívio social com a turma e com o conhecimento de mundo. É nesse ambiente de descontração e democracia que o professor deverá inserir o trânsito em sala de aula, selecionando textos infantis, ou deixando fluir as histórias de cada aluno, quando compartilham vivências do dia a dia, sobre o tema.
Na educação para o trânsito, a criança é focada prioritariamente como pedestre. E, para desenvolver
atividades pedagógicas que estimulem comportamentos seguros no trânsito, devemos considerar dois âmbitos de experiência: o da formação pessoal e social e o de conhecimento de mundo.
Segundo Aparecida Pereira Pires, professora do Curso a Distância CPT Trânsito na Educação - Infantil e Fundamental I, “A criança deve ser inserida no contexto trânsito, inicialmente, pelo conhecimento de si e dos outros como pessoas que se locomovem, que se respeitam, que dividem o mesmo espaço, chamadas pedestres”.
A criança precisa conhecer seus papéis no espaço público, ora transitando como pedestre, ora sendo passageira (no ônibus escolar, no assento de trás do carro, na cadeirinha, no banco dianteiro), ou como ciclista (no seu triciclo, bicicleta...). Seja qual for o seu papel, a criança será sempre cidadã.
Para isso, a escola deve reconhecer e oportunizar aulas dialógicas, reflexivas, onde os alunos pequenos também possam expor suas opiniões sobre esses personagens que assumem, diariamente. Dentro desse contexto interativo, deve-se introduzir e enfatizar o tema trânsito e fomentar a discussão.
Como sugestão de atividade, o professor pode reunir seus alunos, em forma de roda, para discutir o que observaram no trajeto de casa - escola, por vários dias, até que alguns conceitos sejam totalmente assimilados, como: pedestre e segurança. Esse aprendizado pode ser avaliado nos momentos em que o aluno descreve seu modo de atravessar a rua, suas atitudes no trânsito, como percebe o movimento dos veículos entre outras circunstâncias.
Neste momento, por exemplo, a professora pode solicitar que seus alunos verifiquem as seguintes situações:
| 1 |
As calçadas por onde caminha, se estão em perfeitas condições de uso para si e para os outros; |
| 2 |
Deve observar se nas calçadas existem rampas, espaço apropriado para a circulação de pessoas com dificuldade de locomoção; |
| 3 |
Se a rua onde mora é asfaltada, iluminada, se existe semáforo, faixa de pedestre, árvores e outro; |
| 4 |
Se o bairro proporciona outros serviços como pronto socorro, escola, hospital, caso necessite deles; |
| 5 |
Se há pontos de referência para se localizar: casa redonda, barraca de pastel, banca de jornal, escola, igreja, bar do Zeca entre outros; |
| 6 |
Se os diferentes meios de transportes circulam no bairro; |
| 7 |
Se o comportamento das pessoas ao atravessarem as ruas está correto; |
| 8 |
Se o fluxo de veículos que trafega na rua onde mora é intenso ou tranquilo; |
| 9 |
Se há nas ruas pontos estratégicos para uma travessia segura; |
| 10 |
Se há locais seguros para brincadeiras. |
É importante que para você, professor, esteja bem claro que o principal objetivo da educação para o trânsito é formar cidadãos, com destaque para a vida humana que é o bem mais importante. Além disso, é preciso estar claro, também, que o trânsito é decorrente da necessidade que as pessoas têm de circular de um lugar para outro. Então, as atividades que serão desenvolvidas em sala de aula terão o propósito de possibilitar às crianças situações de brincadeiras agradáveis e, ao mesmo tempo, permitir que elas se envolvam com o tema em questão, ou seja, o trânsito.
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Por Silvana Teixeira.
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