Célia Ferreira, professora do Curso CPT Produção de Iogurte, Bebida Láctea, Doce de Leite e Requeijão Cremoso, destaca que o requeijão cremoso é um produto tipicamente brasileiro, que já se popularizou e está presente na mesa de pessoas de diversas classes sociais, características que garantem boa aceitação no mercado e alta rentabilidade para os produtores.
Em relação às características desse laticínio, uma das que mais chamam a atenção é a consistência. Para que ele chegue à consistência ideal, deve passar por um processo de cremificação que deve ser exato, uma vez que graus acima o abaixo do adequado influenciam negativamente no produto final.
O que é o requeijão?
De acordo com a Portaria Nº359, de 04 de setembro de 1997 do MAPA, entende-se por Requeijão o produto obtido pela fusão da massa coalhada, cozida ou não, dessorada e lavada, obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do leite opcionalmente adicionada de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou butter oil. O produto poderá estar adicionado de condimentos, especiarias e/ou outras substâncias alimentícias.
Atualmente, ele é comercializado em três formas:
- Como requeijão culinário, popularmente conhecido como requeijão de bisnaga;
- Como requeijão cremoso, vulgarmente denominado como requeijão de copo;
- E como requeijão em barra.
Em relação ao requeijão cremoso, a portaria mencionada acima ainda determina que ele deve ser composto por leite ou leite reconstituído, creme e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou butter oil de forma obrigatória. Além disso, a textura deve ser cremosa, fina, lisa ou compacta.
Processo de cremificação do requeijão
Para garantir a textura postulada pela portaria e reconhecida pela população como própria do requeijão – firme, cremosa e brilhante –, o requeijão passa pelo processo de cremificação. Além do sabor e do aroma agradáveis, o fator consistência também interfere na escolha das pessoas: ao ser utilizado em receitas ou em pães, por exemplo, espera-se que ele seja fácil de espalhar, mas que, ao mesmo tempo, não escorra e se mantenha viscoso.
Para que ele chegue à consistência ideal, deve passar por um processo de fusão da massa a temperatura elevadas, podendo chegar a 90°C. São vários os pontos que devem exercem influência no processo de cremificação:
- PH
É necessário que se faça o controle do pH na cremificação do requeijão, porque quando ele está muito baixo, a estrutura e o sabor são alterados e, quando está muito alto, há um aumento na hidratação proteica, tornando o requeijão menos durável e mais líquido.
- Agitação mecânica
A agitação da massa deve ser vigorosa e constante para que ela atinja a consistência ideal. Entretanto, a velocidade deve ser controlada e iniciar mais amena, sendo aumentada gradativamente.
- Umidade
De forma lógica, a umidade também é decisiva no requeijão finalizado. Isso porque quanto mais ele absorver água no processo de cremificação, mais líquido ele se tornará, o que torna necessário controlar a umidade.
- Temperatura
Após passar pelas altas temperaturas, a massa também precisa passar por uma refrigeração adequada, pois essa ação interromperá o processo e garantirá uma produção mais padronizada.
- Equipamento
A escolha e utilização de um equipamento adequado faz com que seja possível adequar as características desejadas para o requeijão finalizado.
- Uso de sais fundentes
São três os principais sais fundentes, que promovem resultados diferentes:
. O citrato, utilizado para a obtenção de uma textura mais firme e menos cremosa;
. O monofosfato, que contribui para uma textura bastante firme e deve ser utilizado em associação a outros sais, considerando seu baixo efeito emulsificante;
. E o polifosfato, que possui boa capacidade emulsificante, mas requer atenção para evitar a supercremificação e a arenosidade.
Conheça os Cursos CPT da Área Laticínios:
Produção de Iogurte, Bebida Láctea, Doce de Leite e Requeijão Cremoso
Produção de Manteiga, Coalhada e Requeijão em Barra
Produção de Queijo do Reino, Cottage, Coalho e Ricota
Fontes: Macale – macale.com
Secretaria de Agricultura e Abastecimento – Coordenadoria de Defesa Agropecuária – defesa.agricultura.sp.gov.br
por Renato Rodrigues
Basta preencher os campos abaixo para receber o material por e-mail:
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.