
Segundo Dr. Clério Hickmann, professor do Curso CPT Hidroponia - O Cultivo sem Solo, existem duas formas de suplementar os nutrientes dos quais as plantas estão com deficiência: na solução nutritiva (nutrientes que são mais móveis na planta ) e sobre a paste aérea (via folhear ou fruto: nutrientes considerados praticamente imóveis, entre eles o cálcio e o boro).
O cálcio e o boro podem apresentar deficiência tanto em folhosas como em frutas. Isso se deve ao fato desse elemento, mesmo estando disponível, não ser absorvido adequadamente conforme a demanda da cultura devido a fatores como concentração do nutriente na solução nutritiva e demanda da evapotranspiração. Se houver nutriente disponível na concentração ideal e não houver evapotranspiração, o nutriente não será absorvido, portanto, a deficiência do elemento se manifestará na parte mais distante da planta, como folhas novas e frutos, logo, são nesses órgãos vegetais que o elemento precisará ser aplicado via pulverização aérea.
Com relação ao equilíbrio nutricional, outro fator importante é a relação entre alguns cátions, entre eles: o potássio com o nitrogênio, o potássio com o cálcio e o amônio com o nitrato. Na relação amônio com o nitrato, o ideal é que se tenha disponível 20% da forma de N em amônio, mas pode ter também o nitrato, pois a planta absorve amônio ou nitrato. Quando a quantidade de amônio disponível para a planta é superior a 20%, a parte que não é metabolizada pela planta permanece no vacúolo e é convertida para amônia, substância tóxica para as plantas. Por isso, é importante manter o equilíbrio 20% de amônia e 80% de nitrato, sempre levando em consideração a cultura.
Outro distúrbio é com relação ao cálcio. O amônio pode competir com o cálcio, resultando em um distúrbio nutricional de cálcio que pode levar aos problemas de tipburn e fundo preto. A relação entre o potássio e o cálcio também é muito importante, e deve ser de 2 a 3 centilmol de carga/decímetro cúbico (cmolc/dm3):1 de cálcio.
- Acima desse valor, ocorre a competição entre o cálcio potássio e o cátion cálcio, resultando em menos absorção de cálcio pela planta, que é manifestado por esta através da queima de borda, fundo preto, entre outros problemas.
- Abaixo dessa relação ocorre deficiência de potássio, pois se trata de dois cátions sendo absorvidos: o potássio monovalente e o cálcio divalente.
A última relação é o potássio com o nitrogênio. A disponibilidade do potássio em relação ao nitrogênio depende muito da fase da planta, por exemplo, para o tomate.
- Fase de crescimento: é preciso de, pelo menos 1,4 de potássio para 1 de nitrogênio;
- Fase reprodutiva e enchimento do fruto: essa relação deve ser de 2,6 para 1.
Nas folhosas em geral essa relação pode permanecer a mesma durante o ciclo, entre 1,4 e 1,6 de cálcio e potássio para 1 de nitrogênio.
Com relação à absorção dos nutrientes de forma eficiente, de modo que promova o vigor da planta, sugere-se o uso de bioestimulantes, os quais podem favorecer as plantas em situações de estresse nutricional e situações relacionadas a pulverizações.
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Por Silvana Teixeira.
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