Empreendedores devem estar sintonizados nas mudanças de hábitos dos clientes, nos novos canais de comunicação e distribuição de produtos e serviços.
Um certo dia, Salim colocou o filho num muro bem alto, à beira de uma piscina. Entrou na piscina e gritou: “Pula, filho meu. Pula, que papai segura!” O filho, com muito medo, ficou em cima do muro. “Pula, filho. É papai que está aqui. Pode confiar.” O filho disse que tinha medo de se afogar e não pulou. “Papai pega você. Nunca deixará acontecer coisa ruim com filho!” O filho, confiando nas palavras do pai, pulou na água.
A criança foi afundando... Afundando... até que Salim o puxou para a superfície, já quase sem forças para respirar. Diante do filho, disse: “Faça somente o que sabe, não confie em ninguém, nem mesmo em papai!”
E Salim está certo. Muitos gerentes, empresários, cheios de boa vontade e força para trabalhar, carecem de habilidades gerenciais básicas que o empreendimento exige e, pior ainda, assessoram-se de pessoas sem o mínimo preparo. O resultado disso é que cerca de um terço das empresas morrem ou desaparecem no primeiro ano de vida, momento de maior dificuldade em colocar o seu produto ou serviço no mercado, conquistar clientes, enfrentar a concorrência. No segundo ano de vida, a situação é ainda pior, pois metade delas não conseguem sobreviver. São números alarmantes!
O caminho para reverter esse quadro passa pela formação de gerentes empreendedores, pois a fase do amadorismo já acabou. A velocidade das transformações porque passa o mercado consumidor, concorrente e fornecedor é alta, e o verdadeiro explorador de negócios e oportunidades, por meio da busca constante de informações, consegue planejar e estabelecer objetivos claros para a sua empresa.
Do outro lado do balcão, há consumidores dispostos a pagar mais caro pelo produto/serviço, desde que atendam suas necessidades.
O empresário Bill Gates, dono da empresa Microsoft, aquela que criou o programa “Windows”, iniciou seu livro, “A Empresa na Velocidade do Pensamento”, assim: “os negócios mudarão mais nos próximos 10 anos do que mudaram nos últimos 50 anos.” Traduzindo: nós, empreendedores, devemos estar sintonizados nas mudanças de hábitos dos clientes, nos novos canais de comunicação e distribuição de produtos e serviços, nas estratégias usadas pela concorrência, pois o perfil dos negócios muda constantemente e, se não acompanharmos as transformações, existirá um braço para nos puxar do fundo da piscina. Onde está a nossa força competitiva? O que nos diferencia da concorrência?
Observe o que acontece ao seu redor. Uma loja que vende pneus informa ao cliente, usando dados armazenados em seu “Banco de Dados”, que o pneu comprado tempos atrás pode estar careca, colocando em risco a segurança dos usuários. Pois bem, essa loja passou a oferecer um algo mais ao cliente. Ela, ao invés de pneu, passou a vender “segurança”, informação e serviço agregados ao seu produto, o seu diferencial competitivo. O pneu “falou” que estava na hora de ser trocado. A loja passou a vender “informações e serviços” e, dessa forma, tornou-se uma empresa diferente de todas aquelas que vendem pneus.
O modelo organizacional do futuro é aquele baseado na coleta, em tratamento da informação para tomada de decisões, que se torna a maior vantagem diante do concorrente, na nova economia.
Estamos longe de onde podemos chegar, mas melhores do que jamais estivemos. A realidade mostra-se mais generosa do que as previsões. Do outro lado do balcão, há consumidores dispostos a pagar mais caro pelo produto/serviço, desde que atendam suas necessidades. O preço não é o único argumento de venda. Sua empresa deve trilhar um caminho próprio, ter competência para satisfazer o cliente, o que gera lucro e a mantém no mercado.
Mas a base da competência está no conhecimento adquirido. A agenda do século XXI é: internet, produtividade, competitividade. O modelo organizacional do futuro, que já toma forma, é aquele baseado na coleta, em tratamento da informação para tomada de decisões, que se torna a maior vantagem diante do concorrente, na nova economia. Lembre-se que existem mais pessoas disputando a mesma fatia do bolo, e ganha mais quem tem maior capacidade de gerar resultados, ou seja, quem faz melhor uso das informações.
O maior desafio do empreendedor é correr com o tempo, adaptar-se às novas exigências, estar bem informado, por meio da leitura, treinamento constante, análise de mercado. Lembre-se de uma coisa: se você não tem o hábito de pensar, tenha certeza que alguém estará pensando por você: a concorrência.
Professor Hélvio Tadeu Cury Prazeres
Mestre em Marketing, Sistemas de Informação e Processo Decisório
Especialista em Administração Financeira
Consultor de empresas
* O presente artigo é parte integrante do curso Como Administrar Pequenas Empresas, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
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