Desenvolvimento municipal: qual o seu significado para a cidade?

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De maneira mais ampla e correta, podemos entender desenvolvimento municipal como "Melhoria na vida das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as pessoas (desenvolvimento social), das que estão vivas e das que viverão no futuro (desenvolvimento sustentável)". Segundo Brenner Lopes, professor do Curso a Distância CPT Estratégias para Desenvolvimento de Municípios, "Como um desdobramento do conceito anterior, cabe destacar ainda, de maneira nítida e mais específica, a preocupação, ou melhor, o cuidado com os aspectos da equidade social, questão ambiental e questão cultural".

Boisier (1991) vê o desenvolvimento e sua visão de longo prazo intrinsecamente ligados à capacidade de organização social e política de uma região (território), e que tais capacidades são derivadas da disponibilidade dos diferentes formatos de capitais (tangíveis e intangíveis), o que esclarece e reforça a visão do desenvolvimento enquanto um processo endógeno. Isso significa que são as pessoas que vivem naquele determinado território, e suas atitudes, comportamento, crenças e vínculos os maiores responsáveis pelo processo de desenvolvimento desse território.

“É através do lançamento de uma reflexão global em nível local que criaremos as condições para um consenso sobre as ideias e a ação comum.” (Godet, apud RUTHES, 2007, p.48). Os recursos físicos e ecológicos de uma região, a estrutura urbana e o capital acumulado, dentre outros fatores, complementam ainda a visão do “endógeno”. Segundo Haddad (2007), “se as lideranças políticas e comunitárias não se organizarem e não se mobilizarem para o aproveitamento das oportunidades que poderão surgir em uma região”, essas poderão não se concretizar ao longo do tempo.

Dentre as principais formas de capital intangível, que são determinantes para o processo de desenvolvimento, podemos citar:

1. Capital Institucional – as instituições ou organizações públicas e privadas existentes na região, o  seu número, o clima de relações interinstitucionais (cooperação, conflito, neutralidade), o seu grau  de modernidade.

2. Capital Humano – o estoque de conhecimentos e habilidades que possuem os indivíduos que residem na região e sua capacidade para exercitá-los.

3. Capital Cívico – a tradução de práticas de políticas democráticas, de confiança nas instituições, de preocupação pessoal com assuntos públicos, de associatividade entre as esferas públicas e privadas, entre outros.

4. Capital Social – o que permite aos membros de uma comunidade confiar um no outro e cooperar na formação de novos grupos ou em realizar ações em comum.

5. Capital Sinergético – consiste na capacidade real ou latente de toda a comunidade para articular de forma democrática as diversas formas de capital intangível disponíveis nessa comunidade.

Nesse sentido, conforme colocado por Ruthes (2007, p. 13), a discussão sobre o desenvolvimento não deve condenar a industrialização, mas sim “promover o progresso econômico e industrial de forma responsável, tanto socialmente como também nas questões relacionadas ao meio ambiente”. Conforme complementa Khair (2009, p. 59), deve, ainda, considerar o “patrimônio ecológico e cultural, as dimensões sociais, políticas e ambientais envolvendo a interação desses aspectos” com a dimensão humana das gerações atuais e futuras.

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Por Silvana Teixeira.

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