Atualmente, a informática vem sendo muito importante no cotidiano das pessoas. É uma ferramenta essencial para as crianças, os adolescentes e os adultos. Ela abre um horizonte extraordinário para o convívio, a cooperação, o lazer e a disseminação de informações. Além disso, aumenta a produtividade no trabalho bem como melhora o processo de comunicação em todos os níveis.
O uso do computador no Brasil não copiou modelos adotados em outros países, porém as decisões não partiram de educadores e de profissionais ligados à educação, mas sim do governo. Suas primeiras ações com o intuito de interligar a educação com a informática ocorreram em 1979, quando a Secretaria Especial de Informática (SEI) escolheu o setor educacional como prioridade na utilização de recursos computacionais.
“Em 1981, como forma de inserir a comunidade educacional nessa discussão, foi realizado, em Brasília, o I Seminário Nacional de Informática na Educação, promovido pela SEI, pelo MEC e pelo CNPq, representando o marco inicial das discussões sobre a informática aplicada à educação”, afirmam as professoras Daphne Holzer Velihovetchi e Finkla Holzer Velihovetchi, do curso Uso da Informática na Educação – Fundamental e Médio, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Algumas das recomendações feitas pelos participantes nesse encontro são consideradas até hoje e foram fundamentais na definição do que poderia ser realizado pela Política Brasileira de Informática Educativa. Apresentaremos, a seguir, as principais recomendações feitas:
- As atividades de informática educativa deveriam estar dentro de valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos brasileiros;
- Os aspectos técnicos e econômicos deveriam voltar-se para as melhorias socioeducacionais e não em função do mercado, garantindo, assim, que o custo não fosse uma barreira à inserção dos computadores nas escolas;
- O governo teria a obrigação de fornecer recursos para pesquisas e experiências sobre o uso dos computadores em educação;
- O uso de computadores não deveria ser visto como forma de sanar os problemas da educação, nem como substituto das carências de docentes e recursos didáticos;
- Os investimentos feitos para o uso de computadores não seriam pretexto para a omissão de recursos necessários às condições de trabalho de professores e alunos.
No ano seguinte, foi realizado o II Seminário Nacional de Informática Educativa, do qual participaram pesquisadores das áreas de educação, informática, psicologia e sociologia. Os sociólogos recomendaram que os núcleos de estudo estivessem vinculados às universidades, dando prioridade ao ensino de 2º grau. Já os psicólogos destacaram sua preocupação com a formação de professores para o trabalho com a Informática Educativa, que deveria ser prioridade. Enquanto isso, os educadores entendiam que a utilização dos computadores devia ser feita de forma interdisciplinar, envolvendo os conteúdos a serem estudados, não se restringindo, portanto, a uma única área de ensino.
Em 1986, foi criado o Comitê Assessor de Informática para Educação de 1º e 2º graus (Caiep/Sesp), que tinha como função realizar um concurso de softwares nacionais, redigir um documento sobre a Política Nacional de Informática na Educação, implantar Centros de Informática Educacional (CIEs) em convênio com os Estados e Municípios, organizar cursos para a formação de professores dos CIEs e avaliar e reorganizar o Projeto Educom – primeira ação oficial conduzida com a intenção de levar computadores para as escolas.
Mas foi outro projeto, o projeto Formar, que consolidou a formação de professores e técnicos na área de informática. Por meio dele, esses profissionais foram capacitados para que pudessem desenvolver atividades de implantação dos CIEs, além de estimularem a Informática Educativa junto às redes de ensino.
Da mesma forma, os CIEs tiveram papel fundamental na inserção da Informática Educativa no Brasil, pois o uso do recurso deixa de ser algo encontrado somente nas universidades, passando a ser utilizado nas escolas públicas de alguns estados brasileiros. No entanto, ainda não se havia definido uma Política Nacional da Informática Educativa.
Para que isso ocorresse, em 1989, foi criado o Proninfe – Programa Nacional de Informática Educativa , que além de informatizar o ensino de 1º e 2º graus, também se estendeu ao nível técnico, superior, educação especial e educação não formal. Atualmente, temos o Proinfo - Programa Nacional de Tecnologia Educacional, que é um programa educacional que incentiva o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede pública de ensino fundamental e médio.
O objetivo principal desse programa é levar às escolas, além de computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Mas os Estados e Municípios, bem como o Distrito Federal, devem inicialmente garantir a estrutura adequada para receber esses equipamentos e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias.
A seleção é feita da seguinte forma: as escolas estaduais são selecionadas pela Coordenação do Proinfo de cada Estado. Já as escolas municipais são selecionadas pelos prefeitos dos municípios.
Confira mais informações, acessando os cursos da área Metodologia de Ensino.
Por Andréa Oliveira
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