A administração do desastroso e do virtuoso

Administrar é ordinariamente definido como a arte de tomar decisões. Na decisão, as características das pessoas e os instrumentos que utilizam são determinantes para o alcance dos objetivos. O professor Hélvio Tadeu Cury Prazeres do Curso de Administração Financeira na Pequena Empresa, diz que: “Existem algumas características comuns nas pessoas que administram empresas, e que as qualificam conforme a sua atuação e resultados obtidos.”

O perfil de alguns tipos de administradores e suas ferramentas preferidas:

— O “tapa-buracos”: sua ferramenta preferida é a pá. O seu tempo é absorvido no esforço para cobrir os “buracos” na conta-corrente da empresa, fazer compras de emergência para honrar compromissos juntos aos clientes. Ele nunca está à frente, mas sempre com aquela sensação de que algo muito ruim pode acontecer, se não correr, e trabalhar muito. O pior é que, quanto mais trabalha, menos dinheiro e qualidade de vida ele tem.

— O sócio de fábrica de velas: esse é um perseverante. A primeira coisa que realiza quando chega à empresa é acender uma vela, pois tem muita fé que melhores dias virão. Fé é importante, pois sem fé fica tudo mais difícil. Mas tem aquela história de que fé sem trabalho é despreparo, insensatez. Ele primeiro deve se preocupar em manter um bom controle de suas atividades, relacionar-se bem com clientes e funcionários, manter rigoroso controle sobre os custos e despesas. É uma ação positiva no presente que viabiliza o futuro. A fé orienta e inspira o trabalho.

— Assustado: ele suspira muito! Após cada leitura dos relatórios leva um susto com o desempenho nem sempre esperado de sua empresa. Aí, sai correndo para identificar o responsável, ou responsáveis, pelo seu fracasso, normalmente um empregado mal preparado. Mas ele não conhece a força do planejamento e controle empresarial. Nem sequer pensou, um dia, que quase tudo pode ser planejado. Existe muita informação sobre o mercado e a empresa, e basta saber utilizá-la adequadamente… e o susto acaba!

— Desregrado: a sua ferramenta é a própria empresa. Ele pensa que a empresa é dele! O caixa da empresa é dele! Quer comprar um carro? A empresa paga. Quer comprar isso ou aquilo, fazer uma viagem? A empresa paga. Ora, a empresa não é dele. Ele recebe um pró-labore, no valor que não comprometa a saúde financeira do empreendimento, para que ele a administre para multiplicar o seu patrimônio. Empresa e empresário devem ter conta-corrente e controle de despesas em separado, sempre.

— Pessimista: para este, o mercado é culpado de tudo. O concorrente abaixa os preços deslealmente. O cliente some e nunca valoriza o seu serviço, sempre querendo desconto. O funcionário pensa somente em si e não agradece o que a empresa faz por ele. Todos têm culpa, menos ele. A sua ferramenta, por incrível que possa parecer, é o sucesso do outro, e não a sua falta de visão, organização e planejamento! A competição sempre existiu e sempre existirá. Resta-lhe parar de reclamar e se preparar para construir dias melhores.

— Virtuoso: este tem na informação a sua melhor e mais importante ferramenta. A informação ajuda a realizar a visão. O sucesso é fruto de trabalho orientado pela informação, que possibilita um bom posicionamento de mercado e decisões acertadas. Ele concentra uma parcela importante do seu tempo em estudar o concorrente, fornecedores e clientes, e sabe como utilizar essas informações para fazer a diferença pela utilização dos recursos disponíveis na empresa. O sucesso se manifesta nos lucros crescentes, satisfação dos clientes e de todos os funcionários que ajudam na administração. Tudo, enfim, parece possível. Ele trabalha muito, mas sempre com informação à mão.

As pessoas nunca foram tão exigidas para o sucesso das organizações como atualmente. Tudo que acontece em qualquer empresa precisa de pessoas talentosas, preparadas e motivadas. Seja uma delas!

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Por Eduardo Silva Ribeiro.