
Ao se propor um processo educacional sob o tema Educação Ambiental em sala de aula, apenas a compreensão do conteúdo não é suficiente, afirma Gínia César Bontempo, professora do Curso CPT Educação Infantil: Educação Ambiental Infantil.
O educador deve preocupar-se com a forma de transmissão desse conhecimento que compreende, ao menos, disponibilidade de textos pertinentes ao assunto, informação oral passada aos educandos (submetida a interpretação do professor dado ao assunto), percepção e apreensão do assunto pelos alunos e a capacidade de produção de textos sobre o assunto pelos educandos.
Portanto, ao se lembrar que se deve construir a formação de uma cidadania ambiental, deve-se considerar, também, a construção de novos valores, habilidades e atitudes, para enfrentar uma situação de dupla natureza: cognitiva e ética. Em ambas, um dos instrumentais a ser usado no processo envolve a construção de textos e organização de atividades.
Os educadores ambientais devem estar preparados para utilizar os mais diversos materiais que o cotidiano nos apresenta, explorando a sua diversidade de forma crítica. Devem estar atentos a aspectos da cultura popular e de outros elementos que provenham do contexto do educando. Considerando-se que o rádio, entre os mais diversos veículos de comunicação, é o mais popular e acessível, o material jornalístico veiculado por ele deve ser trabalhado, observando-se o seu caráter de transitoriedade e as suas particularidades que possam estar se sobrepondo ao conteúdo científico ou informativo.
Desta forma, sugere-se:
- uma definição mais precisa de qual é o foco e o público-alvo, permitindo com isso eleger temáticas, linguagem e habilidades a serem trabalhadas, tendo em vista um interlocutor real;
- definir os conceitos básicos, pois quando eles aparecem no texto precisam ser explicados para integrar o leitor no discurso;
- usar linguagem acessível, cuidando para que isso não resulte em simplificações ou noções errôneas dos conceitos;
- dar mais espaço para as dimensões de valores, habilidades e atitudes que, comparando-se ao espaço dedicado à dimensão informativa, é pequeno;
- valorizar o lúdico e o estético, pois eles facilitam a ampliação do diálogo, da participação, da integração e da criatividade;
- promover uma visão do ser humano inserido na natureza e não um ser separado, dominador ou destruidor. Isso deve ser acompanhado por um enfoque mais real e menos idealizador da natureza;
- contextualizar histórica, social e politicamente as questões ambientais, evitando uma visão parcial e fragmentada da realidade;
- estimular a reflexão individual, a organização coletiva e a articulação com o poder público na busca de soluções para problemas ambientais;
- valorizar a experiência, como forma de aprendizagem e de construção do conhecimento;
- abrir maior espaço para a reflexão e a argumentação em torno das questões ambientais, fugindo da conscientização por imposição de ideias prontas e favorecendo a incorporação de mudanças de comportamento no cotidiano;
- preservar a essência educativa nos materiais inconstitucionais que têm objetivos de marketing;
- trabalhar mais os temas ligados a medidas de preservação e a problemas de degradação ambiental, pois parece haver maior ênfase nos conceitos biológicos e ecológicos, o que pode ser chamado de abordagem naturalística em Educação Ambiental (aqui é aconselhável observar que muitas dessas abordagens são extremamente superficiais, não indo, em geral, na direção do aprofundamento das questões biológicas;
- apontar para as possibilidades concertas de integração entre preservação e desenvolvimento, sem excluir experiências e as dificuldades existentes;
- distribuir melhor os diferentes tipos de temas nos diversos tipos de materiais. Em geral, os conceitos ditos científicos se concentram nos livros didáticos e paradidáticos, enquanto os problemas ambientais são mais abordados em cartilhas;
- tornar mais presentes alguns temas importantes que são poucos trabalhados, por exemplo o efeito estufa e a camada de ozônio; os problemas urbanos (os lixos comuns, os tóxicos os hospitalares, a ocupação espacial do solo com sistema viário e habitações, entre outros);
- aprofundar a reflexão e trazer dados consistentes sobre temas com grande destaque na mídia, e que são, muitas vezes, tratados de maneira superficial (coleta seletiva e reciclagem de lixo, saneamento, preservação da natureza, sustentabilidade, biodiversidade, entre outros).
Além da definição do conteúdo em Educação Ambiental e da organização deste na forma de textos, a transmissão do conhecimento pode ocorrer por meio de modelos educacionais denominados formais, não formais e informais.
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Por Silvana Teixeira.
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