
Se perguntarmos a uma criança urbana de onde vem o leite, as frutas, o arroz, a água e os ovos, é bem provável que ela responda imediatamente que vem do supermercado. O motivo para isto acontecer é simples: falta de contato físico com a natureza, principalmente devido a grande destruição do meio ambiente, e a pouca valorização que o ser humano dá ao mundo natural. Uma das explicações para isso é a crescente urbanização, que afasta o indivíduo da natureza, produzindo uma sensação de desligamento do natural.
Segundo Ginia Cesar Bontempo, professora do Curso CPT Educação Ambiental Infantil, encontrado em Livro+DVD e na versão Online, “Crianças e adolescentes de centros urbanos frequentemente desconhecem a origem dos alimentos e bens de consumo, não estabelecendo nenhuma relação deles com o ambiente”.
Neste cenário, é de fundamental importância que as crianças travem contato com a natureza, despertando sentimentos e exercitando todos os sentidos. Ver e compreender a natureza como o resultado de inúmeras relações de causa e efeito pode contribuir para uma religação, um novo despertar para a valorização do todo. Quando se altera qualquer dos elementos pertencentes ao mundo natural, há uma reação em quase todo seu sistema, num processo de busca de um novo equilíbrio.
A educação ambiental ensinada em sala de aula, portanto, apresenta-se como uma importante ferramenta para o despertar de uma nova consciência, uma vez que sua implementação está prevista na Política Nacional da Educação Ambiental para todos os níveis de ensino, da educação infantil à pós-graduação. Não como disciplina, mas como tema a ser incluído nos diferentes conteúdos programáticos.
Como trabalhar a educação ambiental em sala de aula?
Organize atividades que estimulem a criatividade dos alunos atividades e desperte neles a curiosidade sobre os elementos da natureza. Três bons exemplos são:
1- Pintura no papel usando pigmentos de folhas
Nessa atividade, as crianças recolhem folhas e flores caídos no chão, ou mesmo retiram alguns desses materiais diretamente das plantas, evitando-se, é claro, excessos, e os utilizam para a pintura.
2- Trilha interpretativa
Uma caminhada guiada com as crianças, em um roteiro organizado dentro de um ambiente natural, como um Parque Florestal, em matas conservadas de uma propriedade rural, ou uma área de lazer pública.
3- Visitas ecológicas
Se houver possibilidade, organize visitas ao lixão da cidade, ao horto botânico, às nascentes de um rio, a museus, à estação de tratamento de água, a uma residência ecologicamente correta; e passeios pela cidade.
Desses projetos, podem surgir mudanças de atitudes e propostas concretas de ação em relação à conservação do ambiente como, por exemplo, coleta seletiva de lixo, reutilização de resíduos sólidos na confecção de brinquedos e instrumentos, redução no consumo de material escolar, água e energia entre outras.
O contato direto com a natureza (experiência) desperta nas crianças uma melhor percepção sobre o meio ambiente e, consequentemente, facilita a compreensão da degradação ambiental. Neste sentido, conscientização, conservação e preservação ambiental surgem como consequência da admiração, do respeito e do amor pela Terra. E esses sentimentos são desenvolvidos por meio de relacionamento, contato, vivência direta com a natureza. Portanto, se as atitudes são desencadeadas por sentimentos e conhecimento, fica clara a necessidade de se trabalhar a sensibilização em conjunto com a informação e a ação.
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Por Silvana Teixeira.
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