Ouvir histórias ensina-nos a ser leitores, mostra-nos caminhos que nos levam a descobrir e a conhecer o mundo a nossa volta. Por isso, contar histórias é tão importante para a formação das crianças. Nossos primeiros contatos com os textos literários são providenciados por nossos pais e professores. Geralmente, acontecem na infância e são expostos pela comunicação oral.
Nessa fase, conhecemos os contos de fadas, mitos, fábulas ou fatos reais e antigos cujos personagens podem ser os próprios familiares. Tais experiências marcam e são lembradas ao longo de todo a vida como ricos momentos e, assim, repassados às gerações posteriores por meio inclusive da contação de histórias.
Os textos e os personagens apresentados por eles despertam as emoções, a imaginação, a curiosidade, a formulação de perguntas e a busca por respostas. Eles contribuem para reações como cantar, brincar, desenhar, teatralizar. “Afinal, tudo pode nascer de um texto”, é o que afirma Maria Oliveira Cortes, professora do curso Educação Infantil – Literatura Infantil e Contação de Histórias, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Segundo a especialista, ouvir histórias possui um amplo significado de contribuição para os ouvintes. Nas situações vividas pelos personagens, enxergamos conflitos, dúvidas, fracassos, vitórias, problemas e soluções. Assim, reflexões a partir disso nos mostram similaridades com impasses vividos na vida real, e inclusive ajudam a lidar com eles.
Tristeza, insegurança, raiva, medo, alegria são algumas das reações evidenciadas pelos personagens e também por quem está escutanto a história. Além disso, os textos são caracterizados pela interdisciplinariedade, ou seja, aprende-se por exemplo desde matemática à filosofia. É possível conhecer culturas, hábitos, formas de pensar, falar e viver.
Criticidade. Essa é uma outra habilidade importante desenvolvida por meio da contação de histórias às crianças. Elas formam opinião sobre a história, o autor, as ideias transmitidas por ele. Trata-se de uma oportunidade para criar os próprios critérios, começar a gostar de determinados escritores ou perceber quais não atendem ao próprio gosto.
Entretanto, todas essas riquezas obtidas pela arte da contação de histórias são facilitadas pelo “artista”, ou seja, o contador de histórias. Mas, para que ele seja bem-sucedido em sua missão, técnicas devem ser aprendidas. Ele é responsável por criar o envolvimento e contribuir para o encantamento da plateia, ou seja, permitir, por meio de recursos, como as pausas, que as crianças explorem o mundo apresentado a ela, pensando nos personagens, vendo-se com um deles, vivenciando parte do mundo deles.
Contar histórias é uma atividade antiga, portanto existem conhecimentos acumulados ao longo dos tempos acerca da arte e que merecem ser examinados por quem quer se tornar um exímio contador de histórias. Mas, nem sempre, a contação de histórias teve uma função exclusivamente artística. Sem pergaminhos e outros elementos de registro usados pela escrita, em muitas sociedades, as tradições e memórias eram mantidas e transmitidas oralmente.
Como arte, a contação de histórias se desenvolveu tanto em países do Velho como do Novo Continente, recebendo contribuições de várias épocas e civilizações. Sua variedade de técnicas e métodos tornam a atividade ainda mais interessante e um campo vasto para o desenvolvimento de novas ideias.
Por Luci Silva
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