A reprodução em cativeiro é uma condição bastante importante para o desenvolvimento de sistemas produtivos de determinadas espécies. Das mais de 100 espécies cultivadas para corte, apenas as enguias não têm sua reprodução em cativeiro dominada, significando um dos entraves à expansão desta cultura.
“No caso das espécies ornamentais, o conhecimento das técnicas de propagação é condição indispensável para seu cultivo. São exemplos de peixes ovulíparos o kinguio, os barbos, as carpas, os labeos, o betta etc.”, explica Manuel Vazquez Vidal Junior, professor do Curso CPT Produção de Peixes Ornamentais.
No caso dos peixes ovíparos, a fecundação é interna. O macho possui um órgão copulador que introduz os espermatozóides no corpo da fêmea. A fêmea então fecunda os óvulos que posteriormente são expelidos para terem seu desenvolvimento no meio externo, na água. Este processo é muito semelhante ao que ocorre nas aves. Poucas espécies possuem este mecanismo. Uma delas é um pequeno peixe da família poecilidae (a mesma do guppy) denominado Tomeurus gracilis.
A ovoviviparidade ocorre quando a fecundação e o desenvolvimento do embrião se processam no interior do corpo da fêmea, mas nesse caso o embrião não se nutre e nem passa metabólitos à fêmea. Ao final da “gestação”, o ovo é liberado ainda com o embrião dentro da casca, que se rompe a seguir. Exemplos de ovíparos são os Sebastes marinus, e poecilídeos como o guppy.
No caso de o embrião possuir dependência da fêmea para nutrição e liberação de metabólitos, chamamos o mecanismo de viviparidade, como ocorre em humanos. O grau de dependência varia muito entre as espécies de peixes. Alguns autores consideram os poecilídeos (guppy, molinésia, espada etc.) como vivíparos; outros autores os consideram como sendo ovovivíparos. Mas também há consenso: peixes como o Zoarces viviparus, e algumas espécies de tubarões são vivíparos típicos.
Os peocilídeos apresentam uma peculiaridade chamada superfetação, que é a fecundação dos óvulos por espermatozóides armazenados na parede do ovário da fêmea. A fêmea pode armazenar os espermatozóides por até 10 meses, fecundando até nove desovas consecutivas. Muitas vezes, ouvimos que a fêmea do guppy possui uma espermateca ou bolsa para armazenar espermatozóides, mas tal estrutura não ocorre nesta espécie.
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Por Silvana Teixeira.
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