Cada ovo de uma desova de uma rã inicia seu desenvolvimento embrionário logo após ser fecundado. Gradativamente, o embrião se forma a partir de sucessivas divisões celulares, dentro de uma cápsula gelatinosa. À medida que o embrião ganha forma, ele rompe a cápsula e procura, com movimentos esporádicos, fixar-se em algum substrato para completar a formação de seu corpo. Durante todo o seu desenvolvimento, a respiração do embrião é celular, cuja troca gasosa ocorre por difusão. “À medida que suas brânquias passam a funcionar, inicia-se a respiração branquial com circulação do sangue impulsionada por um coração com duas cavidades”, afirma Dr. Samuel Lopes Lima, professor do Curso a Distância CPT Criação de Rãs - Novas Tecnologias.
A sobrevivência até então é garantida pela reserva de alimento armazenado no saco vitelínico, área branca da região abdominal. Com início da respiração branquial, o animal é chamado de larva, até concluir a formação do corpo característico do girino, momento em que terá o seu tubo digestivo com suas glândulas anexas (fígado, pâncreas) em funcionamento.
Quando a larva se transforma em girinos, este passa a colonizar todo o espaço disponível, à procura de alimento. Passa, então, por um longo período de crescimento, até começarem as transformações anatômicas e fisiológicas, que são denominadas de metamorfose, que irão habilitar o animal, na conquista do ambiente terrestre.
O clímax, ou ponto máximo das transformações ocorre principalmente nas estruturas responsáveis pela alimentação e respiração, que são caracterizadas pelas mudanças da boca, encurtamento do tubo digestivo, crescimento das glândulas anexas, e da radical mudança do aparelho respiratório: a presença de um par de pulmões e o coração passa a ter três cavidades, com uma circulação entre ele e os dois pulmões, e uma segunda circulação entre ele e o restante do corpo.
A estrutura óssea também se desenvolve, formando os membros posteriores e anteriores. Durante essas transformações, o animal sobrevive graças às reservas de alimento da região da cauda. O girino passa a se chamar de imago, porque possui a imagem e semelhança de uma rã adulta.
Saindo da água para conquistar o ambiente terrestre, o imago sai à procura de alimento para sua sobrevivência. A fase mais crítica na vida desses animais ocorre durante os primeiros dias de vida e no clímax da metamorfose. Serão os momentos cruciais, pois o animal necessita de local adequado para realizar sua metamorfose, evitando as intempéries climáticas (sol, frio e chuvas) e protegido para garantir sua sobrevivência, pois está susceptível ao ataque dos predadores.
Já no ambiente terrestre, o animal tende a crescer até atingir a maturidade sexual, para reproduzir e perpetuar a espécie. O dimorfismo sexual pode variai um pouco conforme a espécie de rã. No caso da rã-touro, os machos desenvolvem um pouco mais os membros anteriores (braços), calos ou esponjas nos dedos para facilitar o abraço ou amplexo nupcial. Ele desenvolve a região gular para emitir sons ou canto característico para atrair a fêmea para o acasalamento e possui comportamento territorial, lutando para manter afastados seus concorrentes, do local que escolheu para reproduzir.
As fêmeas, por sua vez, desenvolvem bem a região abdominal em consequência do crescimento do seu ovário e oviduto, canal onde o óvulo recebe o material para sobrevivência do embrião (cápsula gelatinosa), antes de ser expelido.
Para diferenciar os sexos, na rã-touro, o macho possui a região gular (ou papo) mais desenvolvida e geralmente de cor amarelada e mais rugosa, durante o período da reprodução, e os braços, assim como a membrana timpânica, são maiores que os da fêmea.
Aprimore seus conhecimentos sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
- Rãs, sapos e pererecas: qual a principal diferença entre eles?
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Por Silvana Teixeira.
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