A piscicultura é uma atividade muito antiga, os chineses já a praticavam há vários séculos antes de Cristo. A criação de espécies exóticas, como a carpa, a tilápia ,a truta e de espécies nativas, como o pacu e o tambaqui, vem crescendo a cada dia.
Atualmente, o Brasil produz mais de 60 milhões desses peixes juvenis por ano em suas cinco regiões fisioclimáticas: Norte, Nordeste, Central, Sudeste a Sul. No quadro abaixo, podemos observar as cinco espécies mais produzidas, que ultrapassam cinco milhões de juvenis, e como isso se distribui pelas regiões.
Produção Anual de Espécies no Estágio Juvenil no Brash, por Região x 1.00 un ) |
||||||
Espécies |
Norte |
Nordeste |
Central |
Sudeste |
Sul |
Total |
Tambaqui |
500 |
10.000 |
2.000 |
5.000 |
1.000 |
18.500 |
Tilápia |
7.040 |
200 |
550 |
7.000 |
14.790 |
|
Truta arco-íris |
5.000 |
8.000 |
13.000 |
|||
Pacu |
1.500 |
6.500 |
1.000 |
9.000 |
||
Carpa comum |
300 |
5.000 |
5.300 |
|||
Adaptado de Castagnolli, N., novembro 1995. Situação atual e perspectivas da Aquicultura no Brasil. Anais do Simpósio Internacional sobre Nutrição de Peixes a Crustáceos. Campos de Jordão, SP. |
A principal dificuldade da atividade é a comercialização. O alto preço do peixe em relação a outras carnes, como o frango e a carne bovina têm feito com que o peixe perca essa competição, sendo menos consumido. O alto preço esta relacionado com a baixa produção e a fácil perecibilidade do pescado.
A tilápia, devido a facilidade de produção de alevinos, vem se destacando como "carro chefe" na busca do aumento da produção a baixo custo e em processos alternativos de comercialização, pois ela desova naturalmente nos tanques; com 3 meses já começa a se reproduzir e a cada 60 dias, quando a temperatura é superior a 22°C, ela já está pronta para reproduzir novamente.
A cada postura são obtidos de 800 a 1000 novos alevinos. O seu processamento em filés, favorecendo o armazenamento, o transporte e a distribuição, e o aproveitamento de seus subprodutos, como o curtimento da pele e a transformação das carcaças e vísceras em farinha de peixe, têm se mostrado alternativas eficientes.
Nesse contexto, a região Oeste do Paraná destaca-se no cenário da aquicultura nacional pelo grande desenvolvimento de sua piscicultura. Atualmente, nessa região, são processadas em torno de 5 toneladas de tilápias vivas por dia, sendo que esse valor tende a chegar a mais de 10t em curto espaço de tempo com a implantação de novas indústrias. Os sistemas associativista, cooperativista a de integração caracterizam formas de união dos produtos que vêm obtendo cede vez mais adeptos.
Foi nesta região, que atualmente possui a maior densidade de aquicultores por unidade de área do Brasil, que está empregando tecnologias paro o aumento da produção e comercialização, é que a equipe do CPT - Centro de Produções Técnicas, esteve atualizando as informações do seu curso sobre Criação de Peixes e coletando imagens e informações pare o seu curso sobre Criação de Tilápias. Para isso, contamos com o apoio do engenheiro de pesca Taciano Cezar Freire Maranhão, do Centro de Pesquisa em Aquicultura (CPA), do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que possui mais de 18 anos de experiência em assistência técnica aos produtores da região.
Ao todo foram visitadas mais de 10 propriedades, concentradas nas cidades de Toledo, Pelotina, Assis Chateaubriand e Bragantina, curtumes de peles exóticas além da AQUIOPAR (Associação dos aquicultores do Oeste do Paraná), onde o nosso diretor de fotografia João Estevam Soares, apoiado pelo assistente de produção Márcio Junio de Castro, fez excelentes imagens sobre todo o processo de produção da tilápia.
A criação de tilápias, que em primeira estância, surgiu parea resolver o problemas do impacto ambiental dos dejetos de suínos que eram lançados aos rios, tornou-se a atividade principal a atualmente, juntamente com a criação de suínos e as lavouras de milho a soja, constituem a fonte de renda dos produtores.
A comercialização do pescado na região vem ocorrendo de duas maneiras: alguns produtores entregam os peixes para filetagem às empresas integradoras ou à associação e outros comercializam seus peixes com os pesque-pague dos estados de São Paulo, Minas Gerais dentre outros.
A piscicultura nacional esbarra, porém, no ápice do processo de produção - a comercialização.Alternativas para que isso não seja impedimento ao sucesso da atividade já existem a exemplos como o do Paraná, onde a adoção de tecnologia para aumento de produção e criatividade para comercialização são constantes e devem ser seguidos.
Fabricio Rossi
Engenheiro Agrônomo, graduado Pela Universidade Federal de Viçosa, é
responsável pelos cursos da área Aquicultura
Roteirizou e dirigiu o curso "Criação de Peixes"
Basta preencher os campos abaixo para receber o material por e-mail:
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.