Podemos iniciar a larvicultura com lotes de reprodutores ou diretamente com fêmeas ovadas. Quando já se dispõe de um plantel de adultos é possível, e importante, realizar uma seleção rigorosa dos reprodutores, escolhendo animais que produzem maior número de ovos e larvas e que apresentem maior número de carne e maior precocidade. “A maioria dos carcinicultores usam algumas fêmeas ovadas escolhidas nos viveiros de engorda. Embora mais prático, esse método impede o aumento da produtividade através da melhoria do plantel”, afirma Dr. Wagner Cotroni Valenti, professor do Curso a Distância CPT Cultivo de Camarões de Água Doce.
Os viveiros ou tanques de acasalamento podem ter de 1 a 1000 m2, com profundidade de 70 a 90 cm. Maiores dimensões dificultam o controle e a separação das fêmeas ovadas. Os tanques muito pequenos devem ser providos de abrigos tais como pedaços de tubo de PVC de 4 polegadas, ter aquecedores instalados para manter a temperatura da água por volta de 28ºC e ter oxigenação constante.
Em tanques pequenos, colocam-se 5 a 6 reprodutores por metro quadrado. Como um mesmo macho pode fecundar várias fêmeas, a proporção sexual pode ser de um macho para cada 4 ou 5 fêmeas. Os machos BC tem vida curta. Assim, é importante manter lotes de machos OC e SM nos viveiros de reprodutores que vão substituindo os dominantes, à medida que eles morrem. Quando não se toma esse cuidado, é comum ocorrer falta de machos.
O número de reprodutores induzida consiste na retirada do pedúnculo ocular de fêmeas, onde se encontra uma glândula produtora do hormônio inibidor do desenvolvimento sexual da muda. Os reprodutores devem ser rigorosamente selecionados. A preferência deve ser dada aos animais que apresentem coloração mais viva e carapaça enrijecida.
Os animais devem ser retirados da água e enxugados rapidamente com uma toalha. Com o auxílio de um bisturi, corta-se o pedúnculo ocular rente a sua base, tendo-se o cuidado de fazer o corte superficial, pois logo abaixo encontram-se órgãos vitais, como o cérebro do animal. Em seguida, procede-se à cauterização.
O local deve ser secado com um cotonete, verificando-se a ocorrência de fluxo de hemolinfa. Caso haja, deve ser estancado com nova cauterização. Para finalizar, uma pomada antibiótica contendo 50% de terramicina e 50% de furacin deve ser aplicada sobre o local. Essa técnica permite a obtenção de fêmeas ovígeras, com uma redução de cerca de 13 dias, quando comparado ao tempo comum. As fêmeas, cujos ovos sofreram uma eclosão brevemente, devem ser coletadas, contadas e, posteriormente, transferidas para os tanques de eclosão.
Os tanques devem ser enchidos com água salobra a cinco partes por mil, ou com água doce. A oxigenação deve ser moderada e mantida por meio de uma pedra porosa. Outra possibilidade é manter as fêmeas ovadas nos próprios viveiros de acasalamento e, quando os ovos tornarem-se escuros, transferi-las diretamente para o tanque de desenvolvimento larval.
A desvantagem é a dificuldade no acompanhamento do desenvolvimento embrionário e a impossibilidade de controle sobre a densidade de estocagem das larvas.
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Por Silvana Teixeira.
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