Nos animais que vivem no estado selvagem, o casco é bem adaptado aos terrenos naturais e às pastagens.
Em hipologia; nomeia-se "pé do cavalo" ao conjunto da extremidade dos membros protegidos por um estojo córneo denominado casco. Ele faz parte do aparelho locomotor e é constituído por uma parte interna que envolve: ossos, ligamentos, tendões, cartilagens, vasos e nervos e uma parte externa que é o casco.
Nos animais que vivem no estado selvagem, o casco é bem adaptado aos terrenos naturais e às pastagens. Eles são submetidos a um desgaste que é compensado pelo crescimento contínuo da substancia córnea. O mesmo não acontece com os animais domesticados utilizados, no dia a dia, nas estradas pavimentadas, terrenos pedregosos e na areia dos hipódromos e nas pistas.
Por essa razão, utiliza-se a aplicação de ferraduras na superfície palmar e plantar dos cascos, para evitar o desgaste da parede do casco, promover maior estabilidade, corrigir defeitos de aprumos e no tratamento de afecções do pé.
Devemos considerar também que a resistência ao desgaste é relativa, pois depende do tipo de trabalho, do tipo de solo, da dureza da matéria córnea, do peso do animal, velocidade do andamento, dos aprumos e das formas do andamento.
Nas marchas lentas, como o passo, o apoio dos membros anteriores começa pela pinça, para depois toda a superfície plantar chegar ao solo. A pinça é a região que sofre com mais intensidade os efeitos do desgaste. Já no trote e no galope longos, os talões tocam primeiro o solo, razão pela qual se desgastam mais que as outras regiões.
O crescimento do casco, segundo alguns autores, é de 8,5 cm por mês no cavalo, e no fim de um ano os talões terão crescido 1,0 cm a mais que as pinças. Já no asininos e muares, o crescimento é menor, ou seja, cresce 6,5 cm por mês e no fim de um ano as pinças terão crescido um centímetro a mais do que os talões.
Contusões da sola ou da ranilha ou corte nos bulbos dos talões podem deixar um cavalo inativo por muitos dias. Um desgaste excessivo da muralha, nos cavalos, não-ferrageados pode atingir a sola e até mesmo provocar rachaduras na parede do casco, abrindo portas para infecções sérias. Uma aparação incorreta dos cascos, um aprumo defeituoso, uma má-conformação do casco e ou uma aplicação incorreta de ferraduras podem reduzir o rendimento, comprometer totalmente uma preparação para a qual o cavalo se destina e as vezes colocar em risco a própria vida do animal. Como podemos ver, o valor do cavalo está nas suas patas. A função do ferrageador é de aparar o casco e aplicar adequadamente a ferradura sem alterar exageradamente as funções do pé.
O objetivo do Curso "Aparação de Cascos, Correção de Aprumos e Ferrageamento de Cavalos", elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, é mostrar de uma maneira prática e fácil de ser compreendida, a anatomia e a fisiologia do pé do cavalo para aprender a aparar corretamente o casco, a praticar o ferrageamento e, ou, acompanhar de perto para mandar corrigir se necessário o ferrageamento de seu cavalo.
São abordados os seguintes assuntos: Ferrageamento a quente e a frio, Meios de Contenção para o ferrageamento, Ferraduras ordinárias, ferraduras corretivas ou ortopédicas e ferraduras terapêuticas. São esclarecidas algumas dúvidas como: Porque é necessário ferrar os cavalos? Quando se deve ferrar um animal? Como e quando substituir uma ferradura? Como julgar uma boa ferradura? Quais as características de um pé bem ferrado? Que é uma guarnição de ferradura e para que serve? Para que servem os rompões? Devem-se aparar totalmente as barras?
Prof. Marcelo Vendramine, da UFV,
Médico Veterinário com Doutorado em Eqüinos.
Coordenador Técnico do curso
Aparação de cascos, correção de aprumos e ferrageamento de cavalos
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