O cabresto é uma forma do cavaleiro se comunicar com o cavalo, esse é o elo de comunicação entre os dois. Com ele é possivel indicar para o animal o sentido que se deseja ir, ou seja, com ele se traduz os comandos de parar, virar ou acompanhar. Existem vários tipos de cabresto, mas o seu uso é essencial na Doma racional dos equinos, como afirma o professor Haroldo Vargas do Curso CPT Aprenda Montar e Lidar com Cavalos.
Cabrestear
O cabresteamento é um dos primeiros ensinamentos de um animal, base para a doma racional, e será utilizado por toda a vida do animal.
Todas às vezes que você for lidar com um animal, com certeza, irá cabresteá-lo. A partir da confiança mútua entre você e o potro, serão necessários alguns requisitos básicos para o sucesso desta etapa. Paciência, persistência e sensibilidade.
— Paciência para conhecer os limites do animal e não passar de fase do aprendizado antes de consolidar um determinado ensinamento.
— Persistência de ser repetitivo para dia a dia fixar o aprendizado e não deixar o potro esquecer o que foi ensinado.
— Sensibilidade para identificar as facilidades, as limitações, as dificuldades e o momento de evoluir nos ensinamentos ou parar para um descanso, não trazendo traumas e aumentando cada vez mais o grau de confiança.
Falhas no aprendizado ou na execução de um determinado ensinamento devem ser sempre atribuídas ao treinador, ou adestrador. Aqueles que não pensam assim e tentam impor seus ensinamentos na brutalidade e irracionalidade, com certeza não são treinadores ou adestradores. São indivíduos cujos cavalos muitas vezes devem ser considerados vítimas.
Não existe uma idade precisa para iniciar o cabresteamento. Acredito que com uma semana já poderá ser colocado na cabeça do potro um cabresto com fitas largas e gargantilha. Isto ajudará ao potro desde cedo acostumar com a pressão de cabrestos ou cabeçadas na cabeça. Este cabresto ficará constantemente na cabeça do animal e a medida que for crescendo deverá ir sendo trocado por cabrestos maiores. Cabrestos de fita são preferíveis aos de corda por distribuírem melhor a pressão colocada e terem menor risco de se prenderem em pequenos galhos durante o pastejo.
Cabresteamento em animais com um mês de vida
O cabresteamento pode-se iniciar, por exemplo, com um mês de vida, facilitando bastante o manejo com o potro para vacinações, vermifugações, controle de ectoparasitas, casqueamento, etc.
— O cabresteamento destes jovens potros pode ser feito posicionando-se do seu lado esquerdo, segurando a guia com mosquetão preso no cabresto com a mão esquerda.
— A mão direita deverá passar por trás do potro ou na garupa do lado direito, fazendo compressão de estímulo para o potro andar.
— Um auxiliar deverá puxar a mãe à frente, todas às vezes que der o comando para o potro andar.
— Acompanhe os comandos (pressão na garupa, afrouxar a guia e movimento da mãe) com o comando de voz (passo, trote ou marcha) ou ainda sons de estímulo como os beijinhos.
— Quando a mãe parar, dê uma leve pressão na guia, não pressione a mão direita e diga whôô!
Em poucos dias o potro estará acompanhando os seus passos e obedecendo aos comandos.
Cabresteamento de potros maiores
— Pegue uma corda grossa e flexível, passe no costado por trás da cernelha e silhadouro, e faça uma laçada sem ela ficar apertando o animal;
— Passe a ponta da corda na argola do cabresto;
— Pegue outra corda, faça um grande laço e coloque-o em volta de toda a garupa do animal, prendendo a corda no passador da laçada, de forma que o laço não feche totalmente;
— Use a ponta da corda passando pelo costado do animal até à frente do seu peito;
— Com pequenos puxões nas cordas, associados aos comandos de voz e a mãe sendo puxada na frente, inicie os primeiros passos. Quando o animal ceder e iniciar a andar, reduza a pressão. Se ele parar sem o seu comando, retorne a pressão nas cordas;
— Acaricie-o sempre que ele terminar o exercício ou após cada fase do treinamento.
— Escolha lugares seguros para iniciar o cabresteamento, principalmente em potros com mais de quatro meses.
Em potros mais erados, ou cavalos chucros, o treinamento é mais complicado e o aprendizado um pouco mais demorado. Evite chicotes ou varinhas batendo na garupa. Tente a laçada na garupa no início do ensinamento.
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Por Eduardo Silva Ribeiro.
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