
Sim, as terapias com cavalos são promissoras na educação, reeducação e reabilitação de pessoas com necessidades especiais, problemas de aprendizagem e transtornos psicológicos. No entanto, o sucesso dessa iniciativa depende, em muito, do nível de capacitação dos profissionais de saúde envolvidos.
“Além de conhecer o corpo e a mente dos seres humanos, é fundamental que esses indivíduos conheçam, a fundo, os cavalos que irão interagir com os pacientes durante esse processo de reabilitação”, afirma Maria Gazzinelli, professora do Curso CPT Terapias com Cavalos - Equiterapia.
Existem alguns mitos em relação ao comportamento dos cavalos que devem ser desconstruídos antes de se começar as sessões de equoterapias, pois a maioria das pessoas têm medo desses animais devido à força e porte que apresentam. Alguns são:
I- Atenção especial à saúde do animal
É muito difundido que cavalos não se deitam, embora passem mais ou menos 4 horas por dia apenas deitados. No resto do dia, dormem em pé, revezando os membros para descansar um deles enquanto se apoiam nos outros três. Toda vez que alguém se aproxima de um cavalo deitado, ele se levanta rapidamente, de modo que permanecer deitado após uma aproximação pode ser sinal de algum problema, devendo-se chamar o médico veterinário. Desta forma, ao introduzi-lo em uma sessão de equoterapia, o animal estará apto ao desenvolvimento de suas atividades, não apresentando o menor sinal de perigo para o ser humano, para o equoterapeuta ou para si mesmo.
II- Alimentação
Naturalmente, eles passam aproximadamente 16 a 18 horas por dia em pé, mas quando mantidos em baias podem ter horários definidos para a alimentação. É importante saber que submeter a uma sessão de equiterapia um animal que ainda não comeu pode causar problemas de comportamento durante o trabalho. O ideal é alimentá-lo cerca de uma hora antes do início da sessão. Animais com comportamento de liderança devem ser observados, pois, muitas vezes, não deixam os demais comer ou até batem nos outros cavalos para conseguirem um lugar melhor no cocho.
III- Prefira os machos
As éguas têm um comportamento mais temperamental, ou seja, um humor mais variável, por isso a maior parte dos animais escolhidos para a equiterapia são cavalos castrados. A castração é indispensável, pois o cavalo inteiro procura a fêmea, principalmente na época de estação de monta, e tem um comportamento mais agressivo.
IV- Manejo
Com relação ao manejo, o trato pode ser passado de manhã e à tarde. Os animais ficam a maior parte do tempo livre nas baias e, quando estão em sessão, no redondel e na pista. Quando possível para o centro, os piquetes devem ser adicionados a sua estrutura para que os cavalos possam se alimentar a vontade e se exercitar livremente, comportamentos naturais de sua fisiologia. Quando o animal permanece apenas na baia, essa fisiologia se modifica um pouco e aumenta as chances de problemas, como cólicas.
V- Observação e análises diárias
Após o manejo alimentar da manhã, os animais são levados para o tronco para a mensuração dos parâmetros clínicos, o que dirá se o animal está saudável. Existem alguns estudos que apontam que cavalos de equiterapia vivem menos que os demais. Eles são submetidos a sessões de meia hora a passo, o que não condiz com sua fisiologia, pois sua musculatura é toda desenvolvida para correr e se exercitar mais amplamente. Daí a importância de se ter sempre mais de três animais no centro e não sobrecarregar nenhum.
- O primeiro parâmetro a ser feito é a mucosa, observando a coloração, que deve ser em um tom rosado, e o tempo de preenchimento capilar, que deve ser inferior a 2 segundos.
- Com um estetoscópio, avaliam-se as frequências cardíaca e respiratória, em que o ideal para o animal em repouso é por volta de 40 batimentos/minuto e de 8 a 16 movimentos respiratórios/minuto.
- É importante avaliar também como estão os movimentos intestinais do animal, dividindo-os em quadrantes para auscultar as diferentes estruturas do trato gastrointestinal. Motilidade aumentada ou diminuída, no cavalo, é indicativo de problemas, como a síndrome cólica.
- Não se pode esquecer de averiguar a temperatura retal que, quando normal, é entre 38,5 e 39,5ºC.
Todos os dados coletados devem ser devidamente anotados na ficha de rotina clínica do animal. Se o cavalo estiver saudável, com todos os parâmetros dentro da normalidade, é liberado para passar o dia nas sessões de treinamento e nas sessões com o praticante. Essa etapa diária não pode ser ignorada, pois um animal doente pode ter uma reação adversa durante a sessão de equiterapia devido a dores e desconfortos. Como dito anteriormente, um animal doente pode colocar em risco sua própria segurança e a do praticante.
Gostou do assunto? Leia a(s) matéria(s) abaixo:
- Você já ouvou falar em Equiterapia?
Conheça os Cursos a Distância CPT da área Criação de Cavalos.
Por Silvana Teixeira.

Basta preencher os campos abaixo para receber o material por e-mail:
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.