Abelhas brasileiras com ferrão: origem
A espécie Apis mellifera, oriunda do Velho Mundo, é a mais conhecida entre as abelhas com ferrão. Desde os primórdios, ela vem sendo criada em larga escala para a produção de mel, cera e própolis. No entanto, esta espécie não existia no Brasil. Aqui, só existiam as espécies de abelhas nativas sem ferrão, como as da tribo Meliponini. Quem introduziu as abelhas europeias com ferrão, em nosso país, foram os jesuítas. Estes, em 1839, trouxeram de Portugal enxames para o Rio de Janeiro. Da mesma forma, fizeram os colonizadores alemães que, em 1845, introduziram estas abelhas no Sul do Brasil.
De 1870 a 1895, recebemos abelhas da Itália no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. Além destas, muitas outras foram trazidas, mas não há registros. Mais tarde, em 1956, pesquisadores trouxeram abelhas africanas para o Estado de São Paulo, com o intuito de aumentar a produtividade do mel. Logo estas abelhas cruzaram com as espécies europeias, originando uma espécie híbrida que, devido à sua vitalidade, atualmente é a mais comum nas Américas. É a chamada abelha africanizada brasileira.
Abelhas europeias x abelhas brasileiras
1.As abelhas europeias não são muito agressivas, de maneira geral, e resistem melhor a climas mais frios. Já as brasileiras são mais agressivas e não se adaptam a climas frios, preferindo regiões de clima mais quente.
2.As abelhas brasileiras têm maior resistência a doenças comuns das abelhas europeias. Por isso, no Brasil, a grande maioria dos apicultores não precisa usar antibióticos no tratamento de suas colmeias.
3.A vitalidade das abelhas brasileiras com ferrão mostra resultados na produtividade. Seu raio de ação é maior, e a sua produção de mel, própolis e outros subprodutos são notavelmente maiores.
A abelha operária (ou obreira), preocupada com sua própria sobrevivência e encarregada da proteção da colmeia como um todo, tem um ferrão na parte traseira para ataque em situações de suposto perigo. Esse ferrão tem pequenas farpas, o que impede que seja retirado com facilidade da pele humana.
Ferrão das abelhas: um mecanismo de defesa
Quando uma abelha (operária) se sente ameaçada, ela utiliza o ferrão em quem estiver por perto. Após a ferroada, ela tenta escapar, mas devido às farpas, a parte posterior do abdômen, onde se localiza o ferrão, fica presa na vítima. Em alguns casos, a abelha perde uma parte do intestino, morrendo logo em seguida. Já ao picar insetos, a abelha, muitas vezes, consegue retirar as farpas da vítima e ainda sobreviver.
A ferroada da abelha no ser humano é muito dolorosa, e a sensação instantânea é semelhante a de levar um choque de alta voltagem. Seu ferrão é unido a um sistema venenoso que faz com que a pele da vítima inche levemente na região, cerca de 2 cm ao redor, podendo ficar avermelhada, dolorida e coçando por até dois dias.
Apesar disso, o veneno (Apitoxina) não causa maiores danos. Este é produzido por uma glândula de secreção ácida e outra de secreção alcalina, ambas embutidas dentro do abdômen da abelha operária. O veneno, em concentração visível, é semitransparente, de sabor amargo e com um forte odor. Pode ser usado eventualmente com valor terapêutico e possui efeitos positivos na região em que foi injetado. Por outro lado, pode ser um perigo grave ou mortal, se em grande quantidade, para quem é alérgico à sua composição.
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Por Andréa Oliveira.
Fontes: Embrapa, USP, WebBee e Wikipédia
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Comentários
Altamirando Colombo Ribeiro Junior
30 de set. de 2020Video Util
Resposta do Portal Cursos CPT
31 de ago. de 2021Olá, Altamirando! Como vai?
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Marcela Teixeira