
O café é uma das grandes paixões nacionais e, por esse motivo, ele é cultivado em larga escala em nosso país, colocando-o no lugar mais alto do ranking mundial de produção. Contudo, mesmo com esse cenário favorável, o cultivo pode ser prejudicado e nada rentável, caso as pragas decidam atacar o cafezal.
Júlio César e Paulo Reis, professores do Curso CPT Pragas do Cafeeiro – Reconhecimento e Controle, destacam que existe um grande número de pragas que atacam o cafeeiro, porém, todas são facilmente controladas, desde que o cafeicultor procure conhecê-las cada vez mais. Controlando-as racionalmente, o produtor conseguirá obter alta produtividade nas lavouras de café.
A partir disso, neste artigo, apresentamos as principais e orientamos sobre como controlá-las para melhores resultados com o seu cultivo:
Manejo integrado de pragas
Antes de mais nada, é necessário informar que é um manejo integrado de pragas – conhecido como MIP, que orienta os produtores sobre a melhor forma de controlar cada um dos inimigos das lavouras a partir de critérios econômicos, ecológicos e sociais, evitando uma série de problemas e garantindo a sustentabilidade da produção.
Ele tem como pilares as técnicas de manejo, que são os diversos tipos de controles que podem ser feitos: cultural, biológico, comportamental, genético, varietal e químico. Para as decisões de manejo, deve-se levar em conta as condições ambientais, os níveis de controle, o monitoramento e a identificação da prago. Isto posto, vamos a elas:
- Broca-do-café
Uma das pragas mais antigas do café, que, inclusive, acabou tendo seu nome associado a ele, a broca-do-café é um besouro que, ao atacar os frutos do cafeeiro, vive e se reproduz no interior deles. O resultado é observado na diminuição da qualidade do café e na queda do fruto, por exemplo.
Prevenção e controle: de acordo com o MIP, uma opção preventiva à infestação é a realização de uma colheita bem feita sem deixar grãos perdidos e a varredura dos que estão caídos. Como medica biológica, a utilização de parasitóides ou fungos é uma opção.
- Bicho mineiro
Competindo com a broca-do-café, o bicho mineiro passou a ser a principal preocupação dos cafeicultores. Ele provoca a perda da área foliar devido ao fato de que cava galerias nas folhas, geralmente nos terços médios e superior do cafeeiro.
Prevenção e controle: a melhor forma de controlar o bicho mineiro é a realização de plantios mais adensados, associados a adubações efetivas. Os parasitóides também são uma alternativa para controle biológico, assim como predadores, com menor eficiência.
- Ácaros
Três tipos de ácaro atacam o cafezal: o vermelho, que prefere os ponteiros da planta, induzindo à desfolha; o branco, que também ataca os ponteiros, mas na face inferior, prejudicando de forma mais severa as lavouras mais jovens; e o da mancha anular, que provoca manchas cloróticas nas folhas e nos frutos, acarretando desfolha mais intensa e redução na qualidade do café.
Prevenção e controle: para controlar os ácaros, a utilização de produtos seletivos que não controlem seus inimigos naturais, como os ácaros predadores, é uma alternativa viável. Com exceção do branco, o uso de avermectinas (acaricidas) é recomendado.
- Cigarras
No caso das cigarras, as ninfas são responsáveis por atacar as raízes do cafeeiro, sugando a seiva da planta e ocasionando prejuízo considerável a ela. Há várias espécies que já são velhas conhecidas dos cafeicultores.
Prevenção e controle: o controle pode ser realizado com o uso de inseticidas sistêmicos. Todavia, há a possibilidade de utilizar armadilhas sonoras, estratégia eficiente no combate a uma determinada espécie, a Quesada spp.
Conheça os Cursos CPT da Área Cafeicultura:
Pragas do Cafeeiro – Reconhecimento e Controle
Passo a Passo para se Obter Café de Qualidade
Fonte: Lavoura 10 – blog.aegro.com.br
por Renato Rodrigues
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