As pedras e os cascalhos podem se tornar um fator limitante para o uso de implementos agrícolas, quando elas estão até 30 cm e 40 cm do solo. Isso porque diminui a capacidade de armazenamento de água, uma vez que diminui o volume do solo.
Profundidade do solo
A profundidade do solo é essencial na classificação do seu potencial de uso, na avaliação do armazenamento de água e de nutrientes, assim como na quantificação e análise das práticas culturais. Nas lavouras de café, a profundidade efetiva do solo deve ser de aproximadamente 120 cm, desde que a textura varie entre argilosa e média e não possua mais que 15% de pedras e cascalhos. Assim, como não é viável economicamente mudar a profundidade do solo, o cafeeiro deve ser plantado somente em solos que tenham profundidade suficiente e com capacidade de armazenar a quantidade ideal de água disponível para a planta.
Textura do solo
Com relação à textura, não é recomendada a plantação de café em solos com menos de 20% de argila. Assim como, também, deve-se evitar a instalação em solos com mais de 50% de argila. Os solos que se enquadram entre esses valores não necessitarão de cuidados especiais para minimizar essas limitações. Para que haja um bom desenvolvimento da estrutura do solo superficial, é preciso evitar a erosão, o excesso de calor, incidindo diretamente na superfície, e o excesso de trabalho das máquinas agrícolas. A porção ocupada pelo ar e pela água é o espaço poroso do solo. O grau de porosidade é utilizado na determinação da drenagem e permeabilidade. Um solo ideal deve ter 50% de porosidade, 45% de substância mineral e 5% de matéria orgânica. Esse espaço poroso contempla os macro e microporos.
- Macroporos
Os macroporos são poros de aeração e drenagem do solo e os microporos são poros que retêm a água disponível às plantas que somente se desloca por capilaridade. A drenagem do solo com excelente permeabilidade tem cerca de 1/3 do espaço poroso na forma de macroporos e 2/3 como microporos. Já os solos compactos possuem dificuldade para a infiltração da água e ainda não apresentam arejamento suficiente, isso quer dizer que eles têm menos de 35% de espaço poroso total, sendo quase todo composto de microporos. Tratando-se de um solo excessivamente drenado, ou seja, aquele que se resseca rapidamente, ele possui uma área porosa que ocupa mais de 60% do volume do solo, tendo um predomínio de macroporos. O arejamento do solo depende da sua estrutura, textura e da quantidade e relação de macro e microporos. Assim, conclui-se que o cafeeiro se desenvolve melhor em solos bem drenados, tem tolerância aos solos excessivamente e moderadamente drenados, mas não tem boa produção em solos não drenados adequadamente.
- Porosidade adequada do solo
Dessa forma, para manter a porosidade adequada ao solo, é preciso distribuir matéria orgânica produzida por meio de práticas vegetativas ou com dejetos de animais. Ao aplicar porções razoáveis ou manter as quantidades de matéria orgânica no solo, aumenta-se o volume de espaço poroso e, assim, o armazenamento de água. Essa é uma das práticas mais simples para aumentar a infiltração de água no solo, evitando-se também as perdas por evaporação.
Adensamento
O adensamento subsuperficial do solo é também um fator a ser considerado na escolha do local. O grau de adensamento interfere na dificuldade ou facilidade que a raiz do cafeeiro encontra para aprofundar-se, como também em sua capacidade de emitir radicelas e pelos absorventes. O adensamento subsuperficial pode ser verificado pela utilização do trado ou de um penetrômetro, e medido pela determinação da densidade ou massa específica aparente. Em geral, para escolher a área da implantação da lavoura, aconselha-se verificar a capacidade de uso do solo e priorizar o estabelecimento das práticas convencionais de conservação do solo, de acordo com os fundamentos e conceitos da agricultura orgânica. A limpeza do terreno, por exemplo, precisa ser seletiva, para não afetar o meio ambiente. Isso é essencial para que se amplie o controle biológico de pragas e doenças.
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Por Silvana Teixeira
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