O mercado para o café orgânico tem crescido sensivelmente. A preferência pelo consumo de produtos naturais, revela um número cada vez maior de pessoas que visam alimentos cultivados por meio de práticas que não agridam o meio ambiente, ou seja, alimentos especialmente produzidos sem o recebimento de agrotóxicos e cultivados por meio de tecnologias que não contaminam o ambiente, não causam erosão do solo e açoreamento de rios, dilapidando os recursos naturais. A produção de café orgânico, então, passa a ser uma filosofia de vida ética. É também uma busca contínua pela qualidade de vida do ser humano e da natureza como um todo.
Mas, para que o cultivo de café orgânico tenha secesso, o respeito por algumas práticas básicas devem ser acatadas com vigor, de forma a não comprometer a qualidade e a boa procedência do produto. Entre elas, citam-se:
As sementes
As sementes devem ser colhidas, preferencialmente, de lavouras orgânicas. Não sendo possível, poderá ser empregada a semente convencional, desde que seja informado a certificadora e evite-se a aquisição de sementes em lavouras que fazem uso sistemático de agrotóxicos (LIMA et al., 2002).
O solo
A terra que fará parte do substrato onde serão plantadas as sementes para a formação das mudas, deve ter boa textura e estrutura. Assim, evite solos de textura muito arenosa. Essa terra pode ser coletada nas camadas superficiais do solo para evitar também problemas com infestação de sementes e patógenos.
Formação de mudas
Para a formação de mudas na cafeicultura orgânica, recomenda-se que mil litros de substrato seja composto por 700 L de terra peneirada, 300 L de esterco de curral curtido e peneirado ou humus de minhoca, 6 kg de termofosfato e 0,6 kg de sulfato de potássio. Outro fertilizante aceito pelas Normas, desde que seja comunicado seu uso à certificadora, é o sulfato de potássio, como fonte alternativa do K2O exigido na formação da muda. O único inconveniente é seu alto preço.
O uso de esterco
O esterco para ser usado na compostagem deve ser bem curtido e de origem conhecida. Esses cuidados são para que se evite a contaminação com plantas invasoras de controle reduzido como a tiririca e a grama-seda. Além disso, é importante que esse esterco não tenha resíduos de herbicidas. Se não for possível o uso do esterco de curral, pode-se utilizar o composto orgânico e o humus de minhoca, empregando a mesma dosagem do esterco. Outra possibilidade é substituir parte do esterco por casca de café. O recomendado é dividir os 300 L em 150 L de esterco e 150 L de casca de café.
O esterco de galinha e a torta de mamona
Quando o solo for de textura média, o esterco de galinha e a torta de mamona podem ser utilizados, na quantidade de 80 L e 10 a 15 L respectivamente. Nesse caso, a semeadura deve ser feita 30 a 40 dias após o preparo da mistura.
Solarização
Mesmo com o trato cauteloso do cafeicultor, em alguns momentos ou situações que o substrato não estiver adequado pode ser feita a desinfecção do mesmo. Uma opção é a utilização do processo de solarização.
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Por Silvana Teixeira
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