Na América Central e do Sul, larvas da Dermatobia hominis são importantes parasitas do gado e do rebanho de caprinos. A fêmea de Dermatobia hominis, ou mosca berneira, captura durante o voo outra espécie de díptero (mosca), para nela depositar seus ovos. No inseto, à temperatura de aproximadamente 25ºC, os ovos permanecem de 5 a 15 dias, até que, pousando num animal de sangue quente, ocorre a projeção da larva para fora do ovo e sua instalação na pele do animal, onde permanece até a maturidade, quando cai no chão espontaneamente para entrar na fase de pupa. Algumas horas após o nascimento do inseto adulto, inicia-se a cópula. Alguns dias depois, começa a ovoposição.
“O parasitismo leva, como em outras espécies, à queda de produção e desvalorização do couro; contudo, tem-se observado, frequentemente, esterilidade em machos caprinos, dado o intenso parasitismo na região testicular, com lesões irreversíveis”, afirma Maria do Carmo Arenales, professora do Curso a Distância CPT Sistema Orgânico de Criação de Cabras.
Ação do medicamento homeopático no berne
O berne é combatido na Homeopatia de forma a não alterar o manejo. A Homeopatia apresenta, em sua formulação, uma ação tanto curativa (para os animais infestados), como preventiva (prevenindo-se no futuro outros ciclos desse parasita). A proposta da homeopatia é o controle da mosca do berne, interrompendo seu ciclo de vida, atuando tanto no desenvolvimento da larva como na ovopostura das fêmeas adultas.
O controle desse parasita é realizada em dois segmentos: no corpo do animal e no controle das moscas que funcionam como vetoras. Após a ingestão do medicamento homeopático, este torna-se sistêmico e, dessa forma, atinge as larvas dos bernes encravadas no couro dos animais. Os cistos contendo formas larvais jovens (L1-L2) não conseguem efetuar o ciclo e morrem. Porém, não determinam prejuízos no couro ou abcesso, por serem muito pequenos. As formas mais evoluídas do cisto; as formas anteriores a pupa, que se passa fora do corpo animal, seguem seu ciclo. No entanto, o ciclo é interrompido na fase seguinte, parasita do berne, ao introduzir-se no couro do animal.
Outra forma eficiente de interromper o ciclo do berne, ocorre com a interrupção do ciclo das moscas domésticas, moscas de estábulos e de outras moscas que atuam como vetores, ou seja, permitem a ovopostura em pleno voo e, posteriormente, depositam os ovos do berne no corpo dos animais parasitados. A mosca (adulta) do berne apresenta uma autonomia de voo de cerca de 100 metros. No entanto, essa autonomia de voo é ampliada, quando deposita seus ovos em moscas que apresentam uma autonomia mais ampla.
Curiosamente, a larva do berne, quando parasita o rebanho caprino, promove uma reação inflamatória, determinando um nódulo que não pode ser tratado manualmente; ou seja, a tentativa de se retirar a larva do berne é improdutiva, determinando-se uma infecção bacteriana local.
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Por Silvana Teixeira.
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