
Vai criar vacas leiteiras? Então, você tem de aprender uma regrinha básica para melhorar a produção: disponibilize sombra às suas vacas! Sabe por quê? “A sombra é considerada essencial para reduzir perdas na produção de leite e na eficiência reprodutiva”, explica Aloísio Torres de Campos, professor do Curso CPT Conforto Animal para Maior Produção de Leite.
Numerosos trabalhos têm mostrado sua efetividade relatando aumentos entre 12 a 15% na produção de leite. Há também um incremento no conforto dos animais, constatado pela menor diferença na temperatura retal e ritmo respiratório entre a manhã e a tarde. Além disso, a taxa de concepção de vacas alojadas sobre sombra podem aumentar até 20% e o número de serviço por concepção reduzir 50% (VALTORTA & GALLARDO,1996).
As sombras podem ser classificadas em natural e artificial, e dentre essas, as sólidas e as de rede plásticas. A sombra das árvores (natural) são mais efetivas porque reduzem a incidência de radiação solar e diminuem a temperatura do ar por evaporação das folhas. Nos casos em que é impossível o sombreamento natural, pode-se utilizar sombras artificiais, como alternativa. As estruturas baseadas na utilização de redes plásticas são mais indicadas para regiões onde existe uma estação quente definida e podem ser adotados manejos estratégicos ou semi-estabulação.
Atualmente têm-se utilizado redes plásticas que fornecem diferentes porcentagens de sombra. A altura mínima deve ser de 3 m e é conveniente que tenha uma inclinação para evitar o acúmulo de água de chuva sobre a rede. Esta água não causa dano à rede, mas produz um excesso de umidade no solo devido ao gotejamento da água acumulada. As redes que fornecem 80% de sombra são as recomendadas para regiões onde a carga radioativa é elevada (VALTORTA & GALLARDO, 1996). É importante ressaltar que a água e o alimento têm que estar perto da sombra, uma vez que os animais não abandonam a instalação para ir em busca de comida ou de água (BRAY et al., 1996).
As sombras de materiais compactos são adequadas para regiões onde o estresse calórico ocorre ao longo do ano, e se requer estruturas de maior durabilidade. Em geral são de desenho mais complexo, de custo mais elevado e se adequam aos sistemas de confinamento. O material selecionado para o teto deve possuir algumas das seguintes propriedades: alta refletividade, baixa condutividade e baixa emesividade para o interior da instalação. Além disso, deve possuir uma inclinação correta e uma altura prática, ou seja, a altura da parte mais baixa, normalmente, não deve ser inferior a 4 m.
Outra característica importante é a orientação: o eixo longitudinal da estrutura deve orientar-se no sentido leste-oeste para permitir que os animais e os comedouros estejam sombreados durante todo o dia. Se as vacas não estão confinadas, a melhor orientação é norte-sul, porque nestes casos o sol ajuda a secar a área debaixo da sombra e os animais têm opção de se movimentarem buscando locais sombreados (BRAY et al., 1996). Em regiões de clima seco, a área de sombra por animal deve ter de 1,8 a 2,5 m2 , e naquelas de clima mais úmido, de 4,2 a 5,6 m2 por animal (HEAD, 1996).
Dentre as sombras sólidas, os estábulos para confinamento total constituem uma opção viável para aquelas propriedades próximas ao mercado consumidor e que utilizam animais especializados com produção acima de 20 kg de leite/dia. Estes estábulos têm por finalidade abrigar os animais, oferecendo um ambiente sadio e confortável. Em climas quentes recomendam-se estábulos abertos e bem ventilados.
Geralmente, o emprego correto da ventilação natural contribui para a melhoria do ambiente no interior do estábulo. Quando a ventilação natural não é suficiente para dissipação do calor, é necessário o emprego de ventiladores ou de sistema de resfriamento evaporativo para resfriar os animais, melhorando assim as condições de conforto (HARDOIM, 1998).
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Por Silvana Teixeira.
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