O que é mais provável? Alergia a leite de vaca ou à urina de vaca? Arlegia à lactose ou à soda cáustica, sulfa e formol...? Não é a toa que são muitos os depoimentos de mães cujos filhos pararam com a "alergia a leite" depois que passaram a consumir leite ecológico.
É curioso que, paralelamente ao grande desenvolvimento do conhecimento dos princípios de nutrição, há uma crescente degradação da qualidade dos alimentos básicos. E isso é notório no que se refere à contaminação com agrotóxicos, perda de sabor e, principalmente, queda do valor biológico.
Os mais antigos têm saudades do sabor natural dos alimentos de antigamente: o leite de garrafinha de vidro (aliás, como se usa atualmente na Alemanha), a coalhada, a goiaba pequenininha e gostosa, o ovo caipira, o morango sem agrotóxico com creme de leite sem conservante químico...!
O leite é, sem dúvida, inclusive com seus derivados, o alimento básico e deveria ser tratado com o máximo cuidado. Entretanto, é produzido nas piores condições dentre todos os alimentos. Pesquisas do INMETRO mostraram que 90% do leite e do queijo frescal têm contaminação microbiológica; e a pesquisa não avaliou a parte mais séria, que é a contaminação química e com antibióticos. Fraude por adição por água é rotina comprovada a todo o momento. É evidente que existem exceções que, entretanto deveriam ser a regra.
Oriundo de centenas de currais imundos, o leite (muitas vezes de vacas doentes e tratadas com remédios diversos) é misturado a leites melhores nas cooperativas e laticínios onde, eventualmente, são adicionados produtos químicos proibidos como soda cáustica, formol, cloranfenicol etc., para que o leite não azede. Uma pergunta que se faz: qual a conseqüência da infinidade de contaminações desse nobre alimento sobre a formação do cérebro da criança, que hoje se sabe, não nasce "pronto"? E os ‘técnicos laticinistas mais conscientes estão preocupadíssimos com resíduos de metais pesados da soda cáustica e da água oxigenada largamente usados hoje como conservante no leite e nos laticínios.
O leite de vaca é tido como um alimento básico porque:
- É muito semelhante ao leite humano, sendo seu primeiro substituto natural;
- É a melhor fonte de energia para a criança, o que foi comprovado por recentes pesquisas em universidades americanas;
- É uma excelente fonte de cálcio, vitaminas, sais minerais e de proteínas e aminoácidos.
Entretanto, para manter essas qualidades, o leite deve ser tratado de forma especial. Em virtude das péssimas condições em que é produzido e industrializado, ele acaba perdendo parte significativa de seu valor, ficando contaminado com microorganismos e produtos químicos.
Quando é fervido ou processado em altas temperaturas, reduz-se grande parte de seu valor: perde-se o creme, rico em vitamina A e energia; o cálcio e os sais minerais formam compostos insolúveis que o nosso corpo não absorve bem; perdem-se as enzimas que ajudam na sua digestão e os seus lactobacilos naturais. Pesquisas recentes da Universidade de Ohio, nos EUA, sobre osteoporose mostram o leite como principal preventivo da doença, por ser uma rica fonte de cálcio. No entanto, ele perde esse poder se é submetido a altas temperaturas.
Isso foi confirmado pelas pesquisas, quando animais contraíram osteoporose ao consumirem leite fervido ao contrário dos que usaram leite in natura e nada sofreram.
- Depois de trabalhar no BNDES como engenheiro e na coordenação do Conselho Interestadual de Controle de Agrotóxicos e Desenvolvimento de Agricultura Natural, decidi montar uma produção própria de leite em condições ideais, obtendo, assim, produtos de excelente sabor sem a necessidade de adição de qualquer produto químico ao leite.
E isso é possível porque o leite é todo de nossa produção, onde o rebanho é sanitariamente controlado por veterinários competentes, a ordenha é mecânica tipo "leite A", o gado não é confinado, mas sim manejado por pastejo natural rotativo, e os medicamentos usados são preferencialmente naturais e rigorosamente controlados. Até a raça foi definida de modo a se ter animais rústicos, produtores de leite de melhor valor e sabor, fazendo um cruzamento de raças holandesa, jersey e gir.
- Conjugado à sala de ordenha, montamos um mini laticínio, onde produzimos leite pasteurizado a baixa temperatura. Isto tem garantido o seu inigualável sabor e a importante característica de poder ser conservado em geladeira por mais de uma semana sem nenhum risco para o consumidor (o que foi confirmado por pesquisas feitas pela Universidade Federal de Viçosa e pelo Instituto Cândido Tostes). Com esse leite, produzimos laticínios naturais de excelente sabor com a segurança de um alimento sempre puro.
Toda essa qualidade foi também confirmada pelo INMETRO em pesquisa que foi ao ar no programa FANTÁSTICO, onde nossa fazenda e nosso laticínio foram citados como um exemplo de viabilidade técnica para se produzir alimentos sadios, o que representou um importante aval para o nosso trabalho.
A oportunidade de mostrar, em detalhes, as técnicas que uso na Fazenda Monte Verde, surgiu com a produção do curso elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, sob a coordenação técnica do professor Sérgio Cabral de Carvalho; intitulado "Monte Verde - O Segredo da Produção e Comercialização de Laticínios".
Espero que muitos e muitos produtores de leite passem a utilizar esta tecnologia que, além de produzir um leite de melhor qualidade, é bem mais barato.
Engº Sérgio Cabral de Carvalho
da Fazenda Monte Verde Consultoria Ltda.
Consultor e Laticinista
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