A raiva bovina normalmente é causada pela mordida de morcegos hematófagos, que atuam como portadores, reservatórios e transmissores do vírus da raiva. Vale lembrar que, não necessariamente, o bovino picado por um morcego hematófago contrairá a raiva.
“Para que isso ocorra, é preciso que o morcego esteja contaminado com o vírus. O bovino se torna um portador acidental, portanto, a chance de transmissão de um animal para o outro é mínima”, afirma Prof. Leonardo Cotta Quintão, do Curso CPT Como Implementar o Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite para Atender à IN 77. Essa doença se caracteriza por um quadro neurológico fatal, ou seja, um animal que contrai a doença 100% das vezes morrerá. Também conhecida como hidrofobia, a raiva é uma zoonose, e o profissional responsável pelo seu controle é o médico veterinário.
Como o bovino contrai a raiva?
O vírus se encontra em maior concentração na saliva do morcego, e para que a transmissão ocorra é necessário que ela entre em contato com alguma ferida ou mucosa, pois o vírus não é capaz de atravessar a pele íntegra. Existem também relatos de transmissão por via aérea, que pode ocorrer em locais fechados que abrigam animais doentes. Pode-se ainda ocorrer a transmissão acidental para humanos durante a necrópsia de animais contaminados. Após a transmissão, o vírus se desloca para o sistema nervoso, e o curso da doença leva, em média, dez dias. O período de incubação da enfermidade varia de três a quinze semanas.
Sintomas comuns da raiva bovina
Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva paralítica, entretanto, pode ocorrer casos da raiva furiosa. O animal afetado apresenta uma hipersensibilidade a todos os fatores externos, ocorre uma nítida mudança de hábitos, sendo o principal sinal o isolamento do animal acometido em relação ao restante do rebanho, tremores musculares, salivação abundante e espumosa, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores e evolução da paralisia para os membros anteriores. A morte geralmente ocorre entre 4 ou 8 dias após o aparecimento dos sintomas.
Controle da raiva bovina
A principal forma de controle da doença é a vacinação sistemática de todos os animais susceptíveis do rebanho que, apesar de não ser obrigatório, é altamente recomendado, principalmente nas regiões endêmicas. Antes de iniciar a vacinação, porém, deve-se selecionar as agulhas de acordo com o tipo de vacina: oleosa ou aquosa; e qual a via de administração: entre pele ou via intramuscular. Elas também possuem diâmetros diferenciados: mais grossas para líquidos mais viscosos, como óleo; e mais finas para os menos viscosos.
Após determinar o calibre da agulha, deve-se descartar aquelas que não podem mais ser utilizadas, e selecionar as que serão usadas. Considerando que as agulhas devem ser descartadas a cada 10 animais vacinados, deve-se planejar com antecedência a quantidade de agulhas necessárias de acordo com o número de animais. Deve-se calibrar o estojo para comprovar se está liberando a dose de medicamento necessária. Para isso, o primeiro passo é escolher quantos ml serão utilizados; em seguida, deve-se sugar água com a pistola e aplicar em seringa descartada para verificar se a quantidade liberada é a mesma dosada.
Como realizar a vacinação contra a raiva bocina
Antes de vacinar o primeiro animal, é preciso conferir, na pistola, se a marcação está na dosagem correta. Em caso de ar no revólver, esse deve ser posicionado de modo que a agulha fique para cima; em seguida, puxa-se o mandril para que entre um pouco de ar e empurra-o novamente até a vacina chegue até a agulha, o que significa que todo o ar já foi retirado.
O próximo passo é, com o animal já contido, realizar a aplicação da vacina, que deve ser sempre na região do pescoço, onde a pele se solta com mais facilidade, e, caso corra algum abcesso, é uma carne e tecido de menor valor comercial. O procedimento deve ser realizado fazendo-se uma prega com a pele, procedendo a aplicação em seguida. Terminada a aplicação, é preciso higienizar a pistola dosadora. Para isso, o aparelho deve ser desmontado e, com o auxílio de uma bucha e de detergente neutro, esfrega-se a parte interna e externa de parte por parte, enxaguando, em seguida. Após a lavagem, a pistola deve secar em temperatura ambiente, ficando preparada para a próxima aplicação.
Aprimore seus conhecimentos sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
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Por Silvana Teixeira.
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