As práticas de manejo de bovinos deverão incluir ações que permitam prever as medidas sanitárias, que abranjam todo o ciclo anual de produção e incluir estratégias que previnam, tratem ou limitem possíveis problemas existentes de doenças.
Nesse caso, todos os tratadores deverão estar familiarizados com o comportamento normal dos animais e tomar medidas necessárias a qualquer sinal de sofrimento ou doença.
Além disso, o tratador deve conseguir identificar sinais de doença nos bovinos, que incluem:
- Apatia;
- Isolamento do grupo;
- Comportamento fora do comum;
- Alterações na condição física;
- Falta de apetite;
- Quebra repentina na produção;
- Espirros;
- Diarreia;
- Ausência de ruminação;
- Corrimento nasal e/ou ocular;
- Produção de saliva em excesso;
- Tosse persistente;
- Respiração rápida ou irregular;
- Comportamento anormal em descanso;
- Articulações inchadas;
- Claudicações;
- Mamites.
Contenção de bovinos
A prática de contenção de bovinos é extremamente necessária e utilizada regularmente em todos os locais onde se trabalhe com esses animais. Tanto os técnicos, fazendeiros, peões, médicos veterinários ou qualquer um que necessite que os animais fiquem, total ou parcialmente contidos ou imobilizados, terão de adotar procedimentos de contenção.
Trata-se de um procedimento realizado em qualquer animal para os mais diversos fins, como por exemplo, a necessidade de um simples exame, a aplicação de medicamentos, o abate, entre outros. Em um grande bovino, ou mesmo em bezerros, esses procedimentos requerem técnicas mais específicas, pois não é nada fácil imobilizar um touro.
No caso dos bovinos, "os métodos de contenção mais utilizados são aqueles destinados à prevenção de coices, imobilização para descorna, coleta de sêmen, castração, entre outros”, afirma o professor Pacífico Antônio Diniz Belém, do curso Enquanto o Veterinário não Chega – Atendimento a Bovinos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
De modo geral, os bovinos leiteiros são mais dóceis e calmos, mas não se deve confiar nos touros. Mesmo o bovino considerado como de índole pacífica, deve ser contido com firmeza, pois não merece confiança, sendo, por vezes, traiçoeiro. E mesmo os animais que já estão acostumados à contenção, quando manuseados, ficam assustados ou com medo, tornando-se inquietos e agressivos.
Todas as vezes que for necessário conter um bovino, se isto for feito com ele em pé, deve-se, colocá-lo em um tronco imobilizador ou brete, e, se necessário derrubá-lo em local limpo, macio, usando-se o mínimo de força física possível, para que ele não caia bruscamente, evitando simples escoriações ou, até mesmo, fraturas.
São muitas as formas de contenção, as quais utilizam cordas, guias nasais, esteios, cercas, piquetes, cangalhas, entre outros. Cada método deve ser utilizado corretamente, apenas visando a tarefa a ser realizada. O cuidado é muito importante, para que não aconteçam acidentes que venham a machucar ou ferir o animal.
A escolha das agulhas para injeção intramuscular leva em consideração a densidade ou viscosidade da droga, o tamanho do bovino e a profundidade desejada para injeção. Foto: reprodução
Principais vias de administração de medicamentos
O método de administração dos medicamentos em bovinos depende da rapidez com que se deseja a ação da droga, da natureza e quantidade da droga a ser administrada, da necessidade do efeito (sistêmico ou localizado) e das condições do paciente.
As condições do paciente determinam, muitas vezes, a via de administração de certas drogas.
1- Via oral
A ingestão é o método mais comum de prescrição de um medicamento. Além disso, é o mais seguro, mais conveniente e o mais econômico.
Vantagens:
- Não apresenta risco de transmissão de algumas doenças;
- Possibilidade de administração de grandes quantidades;
- Uso restrito a medicamentos com ação no rúmen, como, por exemplo, alguns anti-helmínticos;
- Possibilidade de adicionar medicamentos na ração.
2- Via intravenosa
A veia mais utilizada para injeção intravenosa é a veia jugular. Às vezes, faz-se o uso da veia safena quando há trombose da veia jugular bilateral ou quando o animal está muito desidratado. Antes de qualquer venipunção, deve-se umedecer a pele e o pelame sobrejacente e alisá-lo com álcool.
Isola-se a veia por meio da pressão digital proximal ao coração, a partir do local de venipunção. O tamanho e o calibre das agulhas devem ser em relação à veia, à viscosidade e ao volume da droga e à duração de tempo prevista para a administração; geralmente é de 35 x 12.
Vantagens:
- Obtenção rápida de efeitos;
- Possibilidade de administração de grandes volumes, em infusão lenta;
- Possibilidade de administração de substâncias irritantes, devidamente diluídas;
- Melhor controle da dose administrada.
3- Via intramuscular
As regiões mais utilizadas são os músculos da coxa, ou da tábua do pescoço. O volume de droga administrado em um local não deve ser maior que 5ml. Deve-se intercalar os locais de aplicação, face direita e esquerda.
A escolha das agulhas para injeção intramuscular leva em consideração a densidade ou viscosidade da droga, o tamanho do paciente e a profundidade desejada para injeção.
As agulhas de calibre demasiadamente estreito prolongam o tempo necessário para a injeção, causando frequente aumento da pressão, da inquietação ou do escoiceamento do animal.
As agulhas de calibre grande permitem vazamento da droga administrada a partir do local e provocam mais sangramento. Utilizam-se agulhas 25 x 8.
Vantagens:
- Absorção relativamente rápida;
- Adequada para administração de volumes moderados, de veículos aquosos, oleosos ou suspensões.
4- Via subcutânea
Os locais recomendados para a injeção subcutânea é na região da tábua do pescoço e na parede do tórax, aproximadamente 5 cm atrás do ombro, onde se pode puxar facilmente a pele solta.
Durante a injeção, deve-se comprimir a vesícula subcutânea do fluido e espalhá-la para distribuição deste, melhorar a absorção e reduzir vazamento após remoção da agulha.
Para acelerar a administração, deve-se usar uma agulha de calibre maior. Agulhas longas aumentam o risco de injeção intramuscular, assim, utiliza-se a 25 x 8.
Vantagens:
- Quando é necessário que um medicamento seja absorvido de forma lenta e contínua.
5- Via intramamária
Esta via é utilizada normalmente para o tratamento das inflamações das glândulas mamárias, mais frequentemente no tratamento de mastite bovina. Quando infusões intramamárias são determinadas, deve-se esgotar o leite, limpar e desinfetar rigorosamente o teto.
Injetar o conteúdo e massagear suavemente o teto de baixo para cima para que o medicamento atinja as regiões mais altas. Quando apenas um teto está acometido, utiliza-se primeiro 1/5 da seringa no teto não acometido e depois 4/5 no teto acometido por no mínimo 5 dias.
O tamanho da cânula a ser introduzida através do teto tem sido muito estudado e recomenda-se o uso de cânulas curtas de 2 a 3 mm de comprimento ou, caso não se tenham disponíveis destas, fazer a inserção parcial da cânula tradicional.
6- Via intrauterina
Esta via é utilizada normalmente quando ocorre alguma inflamação uterina devido a problemas de parto causados, na maioria dos casos, por eventos que alterem a involução uterina normal, como a falta de higiene, os partos distócicos, as manobras obstétricas, a retenção de placenta, a atonia uterina, a má condição nutricional ou de saúde, o abortamento, a endometrite, o parto prematuro ou o sêmen contaminado entre outros.
A aplicação de medicamentos via intrauterina é feita com a mesma pipeta que se faz inseminação artificial. Lembre-se de que este tipo de tratamento deve ser feito por um médico veterinário ou por um profissional treinado.
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Por Andréa Oliveira
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Comentários
Juvenal
12 de abr. de 2022Sobre administração de medicamentos nos animais
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11 de mai. de 2022Olá, Juvenal! Como vai?
Verifiquei no meu sistema que a consultora da empresa já entrou em contato com você.
Agradeço seu contato e precisando estou à disposição. Abraço!!
Karina Theodoro
Eloirce Gonçalves
23 de out. de 2021Preciso saber porque incha o pescoço da vaca naquela barbela ela deitou e não levanta o que devo fazer
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16 de dez. de 2021Olá, Eloirce Gonçalves! Como vai?
Agradecemos sua visita em nosso site!
Nesse caso, recomendamos que você procure um médico veterinário, para que o mesmo possa analisar sua vaca e te orientar de maneira mais eficiente.
Atenciosamente,
Lorena Tolomelli.
JESSICA CAROLINE DA SILVA PIMENTEL
26 de mar. de 2021Muito interessante. Mas gostaria sobre a via de administração ruminar também
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26 de mar. de 2021Olá. Jessica
Como vai?
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Em breve, uma das nossas consultoras entrará em contato com informações e esclarecimentos sobre os cursos que serão fundamentais para o seu aprendizado.
Atenciosamente,
Erika
elson Silva Oliveira
25 de out. de 2018Muito emteresante esse site
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26 de out. de 2018Olá Edson,
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Mariana Caliman Falqueto
Andre Paulo Cigarro
16 de abr. de 2018Foi interessante, estou feliz.
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16 de abr. de 2018Olá André,
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Ana Carolina dos Santos
Tome Vasco Dungo Muandienga
4 de dez. de 2017Gostei de ver como se aplica antibiotico nos animais
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4 de dez. de 2017Olá, Tome.
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Renato Rodrigues.
Filipe Ferreira
12 de mai. de 2017Eu sou aluno Universidade Nacional Timor Lorosa'e, no curso da ciencia Saude Animal, em primeira ves agradece para a sua imformacao, porque de imformacao pode facilitar me.
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15 de mai. de 2017Olá Filipe,
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Ana Carolina dos Santos
GILSON JOSÉ NUNES
25 de fev. de 2015Eu sou aluno do curso técnico de zootecnia ITEP- CTP: Instituto Tecnológico de Pernambuco - Centro Tecnológico do Pajeú - Serra - Talhada - PE, estou com oito meses de curso. E quero concluir meu curso para trabalhar na área da zootecnia, quero me dedicar para ser um bom profissional, pois o mercado está sempre a procura desses profissionais, por que eu tenho boa vontade de aprender.
Clebison A Teixeira
16 de fev. de 2015Gostaria de saber aplicar injeção em bovinos .
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18 de fev. de 2015Olá, Clebison!
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site. Para mais informações recomendamos que procure uma especializada neste procedimento.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos santos
irineu andrade
3 de ago. de 2014Gostaria de receber noticias e novidades sobre novos cursos no meu e-mail.
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5 de ago. de 2014Olá, Irineu!
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Ana Carolina dos Santos