Dentre os padrões fixos de comportamento dos bovinos, o de deitar é considerado altamente prioritário principalmente para as vacas leiteiras. A deprivação do descanso pode induzir à frustração que se manifesta por comportamentos estereotipados, além de alterações no eixo hipotalâmico-hipofisário adrenal. Outras consequências incluem lesões traumáticas e outros danos físicos, resultando em problemas sanitários e baixo desempenho (Krohn & Munksgaard, 1993).
“Os bovinos não apresentam o sono verdadeiro como os humanos, exceto por períodos muito curtos. Eles descansam sem perda da vigilância e provavelmente sem perda da consciência. O animal pode deitar-se com os olhos fechados, mas qualquer barulho ou movimento pode causar uma resposta imediata”, explica Aloísio Torres de Campos, Professor do Curso CPT Conforto Animal para Maior Produção de Leite. O sono verdadeiro ocorre em curtos intervalos de 2 a 8 min.
A literatura mostra que o tempo de permanência das vacas na posição deitada, num período de 24h, é geralmente, em torno de 8 a 14h (Muller et al., 1994). Esse tempo apresenta uma distribuição na qual, normalmente, às 18h, 57% das vacas estão deitadas, e, a partir das 21h, com exceção das vacas que se alimentam em períodos tardios, a maioria dos animais (76%) deita para ruminar e, ou, descansar.
A variação na duração e na frequência desse comportamento é parcialmente devida a fatores individuais, tais como idade da vaca, temperatura, doença e, parcialmente, devida a fatores de manejo, tais como instalações, quantidade e tipo de material usado como cama, tipos de sistema e densidade dos animais (Krohn & Munksgaard, 1993).
Em experimentos realizados na Embrapa Gado de Leite, estudou-se o efeito do calor sobre a postura corporal dos animais. Para isto não considerou-se o tempo em que estavam se alimentando. Os animais, independente da estação, permaneceram mais tempo deitados porque é nesta posição que se encontram em situação de conforto máximo. Porém se observarmos as diferenças nas posições assumidas entre as estações verificamos que vacas mantidos em pastagem de alfafa e coast-cross e confinadas em free stall, mostram uma tendência em preferirem a posição de pé no verão. Isto ocorre para os animais maximizarem a perda de calor por convecção, isto é, através da movimentação do ar.
Os bovinos podem permanecer de pé na água ou espojar-se na lama ou excreta quando estão em condições de estresse calórico. Permanecer de pé na água facilita a perda de calor por condução a partir dos apêndices e peito, enquanto no espojamento aplicam água na superfície corporal que se evapora, resfriando o animal, quando esse deixa a área úmida. Vacas com estresse calórico frequentemente permanecem próximas ao bebedouro e borrifam água sobre seus corpos (Curtis,1981).
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Por Silvana Teixeira.
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