Na criação de bovinos de leite, cerca de 40% a 60% dos custos variáveis de produção são destinados à alimentação dos animais. Isso faz com que o criador deva entender que um bom manejo alimentar é essencial para que não se comprometa o planejamento financeiro de todo o seu sistema.
O professor do Curso CPT Alimentação de Vacas Leiteiras em Pasto e em Confinamento, Juliano Resende, explica que a alimentação dos bovinos é um dos principais itens que devem receber atenção quando se fala de pecuária leiteira, além de ser o mais oneroso. É preciso que o produtor tenha conhecimento sobre os alimentos que serão fornecidos a seu rebanho, garantindo que os animais serão devidamente alimentados sem que o custo da produção aumente.
Para que sua fazenda possua um sistema de produção economicamente viável, é preciso adotar as melhores práticas de manejo alimentar. O consumo dos animais é regulado por aspectos físicos e metabólicos do rúmen, e esses aspectos são influenciados pela dieta, pelo ambiente e pelo próprio animal. Saiba tudo o que você precisa para garantir as melhores práticas na sua propriedade:
Esteja atento às possíveis diferenças nas dietas
Existem três classificações para as dietas: a dieta formulada pelo nutricionista, a dieta fabricada na fazenda e a dieta consumida pelo animal.
A dieta formulada pelo nutricionista consiste no sincronismo ideal das exigências nutricionais dos animais. Esse profissional pensará numa dieta voltada para o crescimento, lactação ou gestação, e haverá balanço da composição nutricional (proteínas, lipídios, vitaminas e minerais).
A dieta fabricada na fazenda é, geralmente, a mistura de ingredientes e fornecimento dos mesmos aos animais. A dieta consumida pelo animal é uma parte da dieta fabricada na fazenda. Nesse caso, é preciso observar a palatabilidade dos alimentos, o tamanho das partículas, a mistura do concentrado ao volumoso e a capacidade de consumo.
O ideal é que o nutricionista tente diminuir a diferença entre as três dietas, fazendo a análise dos componentes de cada uma delas sempre que possível.
Entenda como o animal reage aos nutrientes
Cada nutriente possui suas consequências na alimentação. Os alimentos com alto teor de fibra, por exemplo, possuem baixo valor nutricional, pois esses alimentos demoram mais a ser degradados no rúmen, passando menos alimento pelo trato digestivo do animal.
O sincronismo entre os teores de proteínas e energia é muito importante para a regulação metabólica do rebanho. Quando esses nutrientes estão desbalanceados e excedem as exigências nutricionais dos animais, o consumo é limitado.
As gorduras, por sua vez, são alimentos utilizados para aumentar a densidade energética da dieta, fazendo com que as vacas em lactação aumentem sua produção de leite. A gordura também pode ser utilizada para diminuir os efeitos do estresse calórico em vacas de alta produção. A gordura da dieta bovina pode ser tanto vegetal quanto animal e não deve exceder 7% da dieta, pois possui efeitos sobre a fermentação ruminal que prejudicam o sistema digestivo das vacas.
Também utiliza-se tamponantes nas dietas bovinas. Os mais comuns no Brasil são o bicabornato de sódio, o carbonato de sódio e o óxido de magnésio, que podem ser incluídos principalmente nas dietas de vacas de alta produção e no início da lactação, pois auxiliam reduzindo distúrbios digestivos e também ajudam a manter a porcentagem de gordura no leite.
A importância da água
A água é o nutriente mais importante para a vaca leiteira, pois é necessária em vários processos fisiológicos, como desenvolvimento fetal, crescimento dos animais jovens (que muitas vezes ingerem água a partir da mama), transporte, digestão, metabolismo e controle da temperatura corporal.
A água é essencial, ainda, para a produção de leite: estudos afirmam que vacas em lactação precisam ingerir cerca de 2,6 quilogramas de água para produzir 1 litro de leite.
É preciso que os bebedouros sejam planejados ergonomicamente para facilitar sua higienização e renovação constante da água limpa. Cada bebedouro deverá atender até 20 vacas, com 15 centímetros de profundidade e com vazão de 38 litros por minuto.
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Fonte: PRODAP – prodap.com.br
por Renato Rodrigues
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