Vermifugação e vacinação de bois em confinamentos

---

 

Previamente ao fechamento dos animais no confinamento, o produtor deve atentar para alguns cuidados de ordem sanitária, muito importantes a serem tomados. Primeiramente, a vermifugação constitui uma ação fundamental na entrada dos animais no confinamento, ou até mesmo alguns dias antes, de preferência, em conjunto com algum manejo (na pesagem, ao fechar os animais, na identificação etc.). Segundo Gilmar Ferreira Prado, professor do Curso CPT a Distância Bovinos de Corte em Confinamento - Instalações, Produção de Alimentos e Escolha dos Animais, "O ideal é que o produtor procure um veterinário de sua confiança e utilize um produto de boa qualidade, capaz de controlar ecto e endoparasitas comuns em sua região".

Em algumas regiões tem sido frequente a contaminação do rebanho pela Cisticercose, popularmente também conhecida como “Ovo de Solitária”, e que geralmente é transmitida pela contaminação da água de bebida com fezes humanas. A maioria dos vermífugos não possui ação efetiva contra esse tipo de parasitose, portanto, é muito importante verificar o histórico da região, uma vez que é frequente a condenação, pelo frigorífico, das carcaças contaminadas. Em regiões com o histórico positivo de cisticercose, é importante a orientação e o controle junto aos funcionários da propriedade no sentido de evitar a contaminação das águas no local.

Outra medida sanitária importante é a vacinação obrigatória contra a Febre Aftosa. A vacinação deve obedecer a um programa determinado pelo órgão de defesa animal de cada estado, ou seja, o produtor deve procurar orientações sobre qual o mês da campanha de vacinação. O abate dos animais antes da campanha, dispensa a prática de vacinação dos mesmos. Caso a campanha coincida com o meio do confinamento, então, o produtor deve se programar para antecipar, vacinando os animais no fechamento, ou observando o período de tolerância do órgão competente.

É válido lembrar, também, que a associação das práticas de vacinação com vermifugação, em um único dia de manejo, facilita o trabalho em um confinamento. Com todos esses cuidados, devemos levar em consideração que o animal está entrando no sistema de confinamento e devemos evitar qualquer fator estressante que poderá comprometer o desempenho do lote.

É importante, ainda, um controle rigoroso de ectoparasitas (mosca do chifre, berne, carrapato, bicheiras etc.). Esse poderá ser feito em conjunto com a vermifugação, utilizando produtos associados, conhecidos como endectocidas à base de ivermectina, abamectina, doramectina e outros produtos associados. O essencial é que não podemos ter esses parasitas como concorrentes da alimentação balanceada.

Para que o confinamento se inicie de forma efetiva, o produtor deve, antes de tomar qualquer decisão, escolher e receber os animais de forma criteriosa. Uma ferramenta pouco utilizada é a separação dos lotes uniformemente, para que esses estejam segregados de acordo com sua capacidade genética ou padrão racial específico. Pode-se tomar, por exemplo, um lote com animais de padrão conhecido e outro de cruzados de origem desconhecida; um lote de zebus mochos e outro padrão, o importante é que seja estabelecido um modelo de apartação do lote.

Conheça os Cursos a Distância CPT da área Gado de Corte.
Por Silvana Teixeira.

Salvar