Por que investir em produtividade?

Produzir gado de corte é o mesmo que produzir carne. Temos que ter sempre como alvo um boi pendurado em gancho de frigorífico. É ele que paga toda a conta. Seja ele filho ou neto dos touros melhoradores que estão nas centrais de inseminação artificial ou fazendas de seleção. Para produzir carne, devemos sempre levar em consideração importantes fatores, como por exemplo, os mercados com suas características particulares.

Se a opção for produzir para o mercado externo, é importante considerar a existência de dois segmentos bastante distintos: um com grandes volumes e outro com exigências de qualidade e preços melhores. Com grandes volumes podemos relacionar: Oriente Médio, Irã, Rússia e Venezuela. Com exigências de qualidades: Europa e Chile. Para abastecer esses mercados, devemos cumprir exigências de padrão e certificações, tais como rastreabilidade e a tão falada lista “traces”.

É importante levar em conta, ainda, que o mercado externo está permanentemente sujeito a diversos fatores que podem puxar os preços da arroba para cima ou para baixo. Entre os mais frequentes, podemos citar: embargos sanitários, valorização das moedas (dólar e euro), sazonalidade (verão, férias, festas de final de ano), situação do país comprador (crise na Grécia) e participação ou não da Argentina e Uruguai no mercado europeu. Mais recentemente, até um vulcão de nome impronunciável, na distante Islândia, atrapalhou a programação de férias dos europeus e, consequentemente, as compras de carne nos hotéis, restaurantes e supermercados.

Se a opção for produzir para o mercado interno, também vale considerar alguns aspectos de alta relevância, tais como: o início da busca por carne diferenciada com fortalecimento de marcas próprias agregando valor a produtos com qualidade e padronização, e o crescimento do poder aquisitivo das populações de rendas mais baixas, o que vem possibilitando o aumento do consumo e a rápida substituição por outras fontes de proteínas quando os preços da carne bovina sobem.

Seja qual for a opção escolhida, o produtor está sempre sujeito a grandes oscilações nos preços da carne, provocadas pela  volatilidade dos mercados. Diante dessa realidade, a busca pela eficiência reprodutiva parece ser o caminho mais seguro a ser trilhado. A boa produtividade, além de gerar melhores resultados financeiros em épocas normais, blinda economicamente o pecuarista nas épocas de crises.

Para produzir carne, devemos sempre levar em consideração importantes fatores, como por exemplo, os mercados com suas características particulares.

Nessa linha, é sempre bom lembrar que a fertilidade é característica de maior impacto econômico. Ganhos em terminação e rendimento de carcaça têm trazido importantes contribuições do sistema. A redução do cio de produção desponta como a grande alternativa disponível para aumentar a eficiência produtiva.

Certificação, sanidade, segurança alimentar, controle de resíduos, atendimento à legislação socioambiental são pré-requisitos, e a produtividade é garantia econômica de permanência no mercado.

* Fernando César Nunes Saltão – zootecnista e pecuarista

Artigo publicado na revista Maratona.Matinha

**Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do Portal de Informações do CPT - Centro de Produções Técnicas. O Portal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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