
De acordo com Filho (1996), vários estudos descreveram a relação entre estado nutricional e desempenho reprodutivo em bovinos. “Acredita-se que as vacas mantidas em plano crescente de nutrição antes do parto geralmente apresentem intervalo pós-parto até a primeira ovulação mais curto do que as mantidas em plano decrescente de nutrição”, explica José Olavo Borges Mendes Júnior, professor do Curso CPT Técnicas para Produzir mais Bezerros.
A restrição de energia no período pré-parto resulta em condição corporal magra na parição, anestro prolongado pós-parto e queda no porcentual de vacas ciclando durante a estação de monta. As taxas de prenhez e os intervalos entre parto também são afetados pelo nível de energia no período pré- parto.
No início da estação de monta, as vacas que parem em boas condições corporais apresentam aumento numérico no porcentual de ciclicidade. Uma regra empírica é que vacas que parem em más condições corporais apresentem intervalos mais longos antes de reiniciarem o ciclo estral do que as que parem em boas condições (Lamb, 2003). Realizou-se um trabalho com 240 vacas primípiras em três estados dos Estados Unidos, durante três anos em uma estação de monta de 60 dias. As vacas foram distribuídas em três tratamentos, 90 dias antes do parto para alcançar condição corporal de 4, 5 ou 6 ao parto numa escala de 1 a 9. Após o parto, foram distribuídas para ganhar 0,45 kg ou 0,90 kg/dia até o início da estação de monta. A maior condição corporal ao parto resultou em maior número de vacas em cio durante a estação de monta e mais vacas prenhes aos 40 e 60 dias de estação.
Nutrição pós-parto
De acordo com Lamb (2004), estudos atestam que níveis crescentes de nutrição pós-parto aumentam a taxa de concepção e de prenhez em vacas de corte. O aumento do valor energético da dieta aumentou o peso e o escore da condição corporal até 90 dias pós-parto, com uma redução do intervalo até o primeiro estro. Porém, nesses estudos apenas 3 das 17 vacas que receberam a dieta com maior teor energético reiniciaram os ciclos estrais normais até 90 dias pós-parto. Da mesma forma, vacas de corte primípiras com bezerro ao pé que ganharam mais de 1 kg/dia enquanto consumiam uma dieta com 85% de concentrado não reiniciaram a atividade ovariana cíclica antes de 70 dias pós-parto.
O aumento dos níveis nutricionais no pós-parto apresentou efeitos positivos nos intervalos até a ovulação e elevou o porcentual de fêmeas em estro. Quando vacas primípiras e multíparas estavam em plano negativo de nutrição antes e depois do parto, a anovulação pós-parto foi prolongada, fazendo com que o porcentual de animais ciclando fosse diminuído no início da estação de monta (Lamb, 2004). Portanto, a responsabilidade pelas baixas taxas de concepção em uma estação de monta pode ser mais resultado de anestro do que do técnico de inseminação, do touro ou do programa de sincronização. O método mais simples de superar o anestro é garantir que os animais sejam mantidos em um regime alimentar adequado (Lamb, 2003).
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Por Silvana Teixeira.
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