Índices de desempenho: grande segredo dos pecuaristas de sucesso

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É comum na atividade pecuária que as informações sejam colhidas e apresentadas de forma subjetiva, por meio de frases como: “nosso índice de mortalidade é pequeno, morrem poucos animais”, “vendemos muitos animais este ano para abate”, “nossa reprodução é boazinha”, entre outras. “Essa forma de analisar subjetivamente a atividade pecuária, na maioria das vezes, não fornece informações suficientes, com exatidão e precisão, que permitam tomadas de decisões bem embasadas”, afirma Mateus Contatto Caseta, professor do Curso a Distância CPT Gestão na Pecuária de Corte. Por isso, utilizar “Índices de Desempenho” é um importante passo para que se possa fazer uma boa gestão do negócio.

Esses índices, na verdade, devem ser vistos como uma visão da fazenda por meio de números, visando planejar, organizar dirigir e controlar. Com os índices de desempenho podemos calcular os índices zootécnicos, dados produtivos que se referem a um setor ou fase da exploração, os quais vão refletir numericamente o desempenho dos diversos parâmetros avaliados na atividade.

Abaixo, são apresentados alguns dos índices zootécnicos mais importantes. Vale destacar que diversas nomenclaturas podem ser usadas na designação de cada índice e que, por isso, a definição de cada um deles é que deverá ser observada.

1. Taxa de lotação

A taxa de lotação mede a quantidade de animais mantidos na fazenda ao longo do ano e é avaliada em UAs por hectare. Uma UA, Unidade Animal, corresponde a 450 kg de peso vivo (PV). Uma taxa de lotação média inferior a 1,2 UA/ha/ano apresentam lucratividade variando entre média e baixa.

2. Ganho médio diário (GMD)

Corresponde ao ganho de peso médio dos animais do rebanho por dia. Considerando que o objetivo da pecuária é produzir carne, na forma de peso vivo em qualquer das fases da criação, focar no ganho de peso diário será fundamental. Na engorda em pastagem, o ganho médio diário mínimo a ser estabelecido como meta deverá ser de 0,4 kg/cab/dia.

3. Taxa de desmame

É o principal indicador da fase de cria, que corresponde ao total de animais desmamados em relação ao número de vacas da reprodução no período avaliado. É um indicador do desempenho reprodutivo que contempla os índices de fertilidade, perda pré-parto e de mortalidade de bezerros. A taxa de desmame considerada entre média e boa é de 75%. O peso dos bezerros ao desmame é outro índice que permite completar a análise sobre a fase de cria.

4. Taxa de desfrute

Mede a capacidade do rebanho de gerar excedente de animais para comercialização em um ano, comparativamente ao rebanho inicial. Indica, então, a produção em si, dada normalmente em @ ou cabeças, ou seja, quanto maior a taxa de desfrute, maior a produção do rebanho. Nos sistemas de produção que desenvolvem as fases de recria/engorda integradas, o desfrute deverá superar 50%. Já naquelas que desenvolvem ciclo completo, a taxa de desfrute mínima deverá ser de 40%.

5. Produção em arrobas/ha/ano

É um parâmetro importante, que avalia a produção em arrobas (considerando peso morto, ou seja, a produção em carcaça), por hectare de pastagem, sendo indicador de faturamento da propriedade.

Como é influenciado por outros índices como reprodução, mortalidade, taxa de lotação e ganho de peso médio diário, tende a ser um dos mais completos na análise do desempenho da atividade. Interessante notar que a média brasileira é baixa, com produção próxima a 3@/ha/ano, muito longe do ideal que seria 10@/ha/ano ou mais.

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Por Silvana Teixeira.