Nos primórdios, a castração dos bovinos tinha o objetivo único de acalmar os machos. Com o passar dos tempos, este procedimento passou a ser usado pelos pecuaristas visando ao aprimoramento da qualidade da carne de boi, além da sanidade dos bovídeos. Entretanto, embora algumas técnicas tradicionais não afetem o bem-estar do bovino, outras podem trazer algumas complicações, como o estresse do animal, a perda de peso, ou até a morte resultante de infecções.
Por que a castração bovídea deve ser feita?
No Brasil, os bovinos começaram a ser castrados, pois, nas décadas de 20 e 30, o gado era criado solto, sem cercas. Com isso, para amansar os fujões, os pecuaristas adotaram alguns métodos de castração, para que os bovídeos não mais se afastassem da propriedade.
Atualmente, a castração ainda é feita para amansar os bois. Entretanto, a este fator foi associada a castração como aprimoramento da qualidade da carcaça. Descobriu-se que em bovinos castrados a carne era mais aceita no mercado, quando comparada a dos bois inteiros (não castrados).
Muitos ainda argumentam que a carne dos bois não castrados detém menor deposição de gordura e maior de músculo, o que faz com que a carne não fique tão macia e suculenta. Tal afirmação é questionável, pois alguns especialistas dizem obter dos bois inteiros os mesmos padrões de qualidade da carne dos castrados. Isso se a idade do abate estiver abaixo dos 24 meses.
Independente da polêmica que gera o assunto, a verdade é que o porquê da castração dos bovinos depende do propósito dos pecuaristas, bem como do tipo de exploração pecuária adotada nas propriedades.
Qual a melhor época do ano para se castrar os bovinos?
Como prevenção a infecções e outros males aos bovídeos, se a castração for feita pelos métodos torquês (burdizzo) ou ablação dos testículos, a melhor época do ano é o período da seca, cuja proliferação de moscas e/ou parasitas é bem menor. Caso a castração seja feita pelo método da vacinação, qualquer época pode ser escolhida.
Quais as principais técnicas de castração de bovinos?
No Brasil, as principais técnicas de castração de bovídeos são a castração cirúrgica e a não cirúrgica. A cirúrgica, que é a mais utilizada atualmente, é muito mais agressiva, pois causa estresse do bovino, infecções e até a morte, além de um período prolongado para a recuperação do animal (geralmente 1 mês). Já a técnica não cirúrgica, embora tenha curta duração (entre 3 a 5 meses – vacinação), promove o bem-estar animal, sem riscos à sua saúde.
A técnica de castração cirúrgica ainda bastante utilizada pelos pecuaristas brasileiros é conhecida como Orquiepididectomia bilateral.
Técnicas cirúrgicas:
Orquiepididectomia bilateral
Esta é a técnica de castração cirúrgica ainda bastante utilizada pelos pecuaristas brasileiros, por meio da qual se retiram os testículos do boi (com ou sem a ligadura do cordão).
Entretanto, tal técnica está ultrapassada, pois é muito agressiva e de longa recuperação do animal, além de tornar o bovino susceptível a infecções e miíases (bicheiras).
Castração parcial ou russa
Por meio desta técnica cirúrgica, o parênquima espermático do bovídeo é removido. Se comparada à Orquiepididectomia bilateral, a castração russa é menos agressiva, mas ainda expõe o boi a alguns riscos, como infecções.
Técnicas não cirúrgicas:
Angiotripsia ou burdizzo
Por meio desta técnica não invasiva, a circulação para os testículos é interrompida com auxílio de um tipo de alicate, até que estes degenerem. Entretanto, se mal feita, deve-se proceder a uma nova castração.
Castração química
Por meio desta técnica não cirúrgica, aplica-se, nos testículos, uma solução de Aldeído-Fórmico + Cloreto de Cádmio, o que faz com que estes atrofiem. Tal técnica é consideravelmente não invasiva e de fácil execução.
Vacina antiGnRH
Por meio desta técnica, os machos são vacinados com antiGnRH, que interrompe o desenvolvimento normal dos testículos. Tal técnica não cirúrgica parece ser uma estratégia promissora.
A castração imunológica, ou imunocastração é não invasiva, aplicando-se uma vacina (Bopriva) no bovino, que age no sistema imunológico, suspendendo temporariamente a sua fertilidade.
Castração imunológica ou imunocastração
A vacinação conhecida como castração imunológica, ou imunocastração é uma castração não invasiva, aplicando-se uma vacina (Bopriva) no bovino, que age no sistema imunológico (tanto bois como vacas), suspendendo temporariamente a sua fertilidade.
Isso ocorre após a 2ª aplicação da vacina, quando os anticorpos do organismo do bovino impedem a produção dos hormônios sexuais.
O período de duração da vacina varia entre 3 a 5 meses, dependendo do tipo de exploração pecuária adotado. De todas as técnicas não cirúrgicas, esta é a mais inovadora.
Por Andréa Oliveira.
Fontes: Beefpoint, Infoescola, Grupo Cultivar e Bopriva.
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Comentários
Anderson Holz
22 de nov. de 2020Gostaria de saber a data de publicação desse artigo!
Resposta do Portal Cursos CPT
15 de jun. de 2021Olá, Anderson
Como vai?
Agradecemos sua visita ao nosso site!
O artigo em questão foi publicado em 01/04/2014
Atenciosamente,
Erika
Mizonei Alves Gonçalves
28 de ago. de 2020Preço do curso de castração de bovinos
Resposta do Portal Cursos CPT
28 de ago. de 2020Agradecemos sua visita a nosso site!
Como é bom ver pessoas que se interessam em aprimorar seus conhecimentos! Em breve, uma das nossas consultoras entrará em contato com informações e esclarecimentos sobre o curso.
Atenciosamente,
Lidiane Lisboa
joão reis montijo
5 de jan. de 2016utilizo sempre a castração cirúrgica com anestésico, porém interessei muito pela castração química com solução de aldeído fórmico 40% + cloreto de cádmio 0,005g + aditivo(óleo de girassol). Encontro dificuldade de conseguir esse produto .Vocês podem me ajudar? Atenciosamente, João Reis
Resposta do Portal Cursos CPT
6 de jan. de 2016Olá, João Reis!
Recomendamos que procure por veterinárias especializadas neste tipo de procedimento.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos