O médico veterinário e cientista da Embrapa Gado de Leite de Coronel Pacheco, MG, Luíz Sérgio de Almeida Camargo, pesquisador responsável pelo experimento de transgenia com bovinos leiteiros, deu um gigantesco passo na história da ciência Brasileira. Nasceu no mês de abril, do ano de 2013, o primeiro bezerro geneticamente modificado por cientistas nacionais.
Os testes laboratoriais que comprovarão o sucesso do projeto, ou seja, se o bezerro é ou não um animal transgênico, ainda não foi liberado, mas as expectativas são enormes e positivas. Vale ressaltar, que independente do resultado e mesmo estando em fase experimental, a transgenia já foi incorporada à área da biotecnologia reprodutiva brasileira, e isto representa um marco histórico a ser comemorado no Brasil.
A transgenia, pode-se afirmar que ela vai muito além da clonagem, já que objetiva a produção de proteínas recombinantes
Para aqueles que ainda não sabem exatamente do que se trata a transgenia, pode-se afirmar que ela vai muito além da clonagem, já que objetiva a produção de proteínas recombinantes, ou seja, células combinadas geneticamente, não herdadas dos pais. Por meio da transgenia, a ciência é perfeitamente capaz de criar um organismo genético em laboratório que possa possuir genes de outras espécies em seu genoma e, com isso, usá-lo para atuar junto ao combate e ao tratamento de doenças, como a diabetes e a hemofilia, por exemplo.
Pode-se mensurar a importância de tamanha evolução científica quando dados reais e completamente possíveis, são expostos. Para se ter uma ideia do grande passo dado, a criação de uma vaca geneticamente modificada, na qual foram introduzidos genes específicos, combinados em laboratório, permitirá ao animal produzir um leite rico em proteína recombinante como a insulina, usada no controle da diabetes. Outros exemplos viáveis e positivos ao uso dessa tecnologia são a produção de leite sem lactose, para as pessoas alérgicas; o acelerado ganho de peso, no caso do gado de corte; e o melhoramento da saúde do gado, tornando-o mais resistente às enfermidades.
O emprego da biotecnologia não para por aí. São inúmeras as suas vantagens principalmente para o consumidor, já que por meio da transgenia poderá adquirir produtos do mais alto nível de qualidade.
A ciência aponta outros casos do uso da transgenia no Brasil. A tecnologia é amplamente utilizada na agricultura brasileira, principalmente nas lavouras de milho soja e algodão. Também encontramos dados que apontam para o uso da transgenia nas plantas leguminosas, modificando geneticamente o feijão. Em mamíferos, há registro da criação de dois cabritos geneticamente modificados, pela Universidade Federal do Ceará.
Fora do País, registros apontam a utilização da transgenia na criação de outras espécies geneticamente modificadas. A China criou ovelhas que produzem gordura boa o coração. Na Argentina foi criada uma vaca cujo leite é bem próximo ao leite humano e na Nova Zelândia foi registrado a clonagem de uma vaca transgênica, no ano passado.
Por meio desta ferramenta tecnológica, portanto, os cientistas poderão transferir para o DNA do animal a ser modificado os genes responsáveis por características associadas ao desempenho produtivo. Congelando embriões geneticamente modificados de animais de grande destaque produtivo, a ciência será capaz de recriá-los quantas vezes forem necessárias obtendo-se, cada vez mais, animais de excelência e qualidade.
Por Silvana Teixeira
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