Pintura em porcelana é uma atividade artística típica das classes mais altas

Artesanato em porcelana é uma prática que dá um novo visual à peça

A porcelana foi descoberta na China há cerca de 5.000 anos. Como qualquer outro tipo de arte, foi passando por mudanças, como os diversos tipos de técnicas de molde e pintura, devido à cultura dos países que a foram incluindo em seu dia a dia.

O reconhecimento do trabalho com porcelana veio quando dinastias imperiais e compradores da nobreza começaram a fazer questão dessa arte em suas casas. Assim, aos poucos, o trabalho foi tomando conta dos nobres de outras regiões, depois de outros países e continentes.

No Brasil, a porcelana foi introduzida por Portugal. Foi a partir da mineração, e mais precisamente, após o ano de 1822, que a porcelana expandiu-se efetivamente pelo Brasil.

Como pintar uma porcelana

Materiais, instalações e equipamentos

- Uma sala de pintura;
- Uma área para a instalação dos fornos;
- Um almoxarifado.

A sala deve possuir espaço suficiente para haver uma cadeira, uma mesa e uma porta.  

Trabalhar em um ambiente limpo e bem humorado é essencial, além de confortável. Assim, deve-se investir um pouco nessa estrutura, inclusive na cadeira, para ter uma postura ereta, facilitando o trabalho e evitando problemas.

A iluminação da sala depende do gosto de cada pintor, o foco óptico de cada um é diferente. Em alguns ateliês, opta-se apenas pela luz natural.

Os fornos devem estar localizados em um ambiente separado. Eles trabalham com até 1.300 graus centígrados e ficam ligados durante horas. Assim, onde estarão instalados, a área deve ser coberta, bem arejada e com, no mínimo, 10 m ² para cada forno instalado.

“Existem diversos tipos de fornos e esta variação se dá de acordo com o desejo do pintor,
ficando a seu critério as diferenças de tamanho, material de confecção, voltagem, entre outras”, afirma Dagmar Ferrão, professor do curso Pintura em Porcelana, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Um forno, com tamanho base, deve ser feito da seguinte forma:

    - Dimensões – 30 x 40 cm;

    - Material de confecção – Fibra de vidro.

O almoxarifado é usado para armazenar peças, já trabalhadas ou não. Esse é um espaço opcional, dependendo da quantidade de peças que circulam pelo ateliê.

Utensílios básicos para se montar o atelier

1) Pincéis

De início, deve-se ter os seguintes pincéis:

2) Cores

Pode-se ter, em mãos, vários tipos de cores. Para começar um trabalho, não é necessário um número estrondoso de cores. Podemos usar:

- Cores primárias: amarelo, azul e vermelho;
- Cores secundárias: verde, violeta, laranja;
- Cores terciárias: diversas.

3) Caneta tipo bico pena;

4) Óleo de copaíba – para misturas de tintas e secagem rápida;

5) Terebintina vegetal – para pintura e limpeza de pincéis;

6) Óleo fino – para pintura estilizada;

7) Óleo Singer – para limpeza dos pincéis;

8) Papel carbono especial para porcelana;

9) Lápis especial de desenho;

10) Papel de seda;

11)Espátulas;

12) Placa de vidro;

13) Régua;

14) Corretor de borracha;

15) Estilete;

16) Esponja;

17) Potes de louça ou de plástico;

18) Moldes para os desenhos.

A principal técnica de pintura: a técnica da aquarela

    Nesse estilo de pintura, precisa-se de pincéis bem macios, em formato roliço. O pintor deve também ter a criatividade aflorada.

Como proceder:

- Prepare a tinta com água;
- Complete o preparado com dextrosol e dextrina;
- Umedeça sempre o pincel;
- Nessa técnica, a maioria dos pintores não costuma rascunhar o modelo de desenho;
- Use porcelana lisa, sem cor de fundo;
- Para se obter efeitos de luz, deve-se arrumar uma forma de usar a iluminação natural;
- Terminando, leve ao forno para queimar a porcelana, aderindo à pintura.

Aspectos técnicos finais

    Existem alguns fatores que devem ser analisados na pintura de porcelana. Tais fatores são: a opacidade, os pigmentos, os fluxos de materiais, os problemas com as tintas sobre-vidrado, entre outros.
    A pintura sobre porcelana é uma atividade artística, que atinge principalmente as classes altas. Sempre trás, em si, algo categórico e deferente.

Por Natália Mayrink De Lazzari