Criação de canário da terra encanta donos e protege a espécie

O canário da terra, é, provavelmente, um dos pássaros mais conhecidos de todo o país.

O canário da terra, ou canário chapinha, é, provavelmente, um dos pássaros mais conhecidos de todo o país. Não só pelo seu lindo canto, agilidade, elegância, fogosidade, índole belicosa, vivacidade, grande valentia e facilidade para adaptar-se ao cativeiro, mas, também, pela linda plumagem que lhe confere singular beleza.

Infelizmente, como muitas outras espécies que despertam o interesse do homem, essa ave, antes abundante em quase todo país, hoje é raramente vista pelas fazendas e áreas mais habitadas. A situação é tão séria, que foi considerada ameaçada de extinção no estado de Minas Gerais, em deliberação nº 041/95 do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM).

Sabe-se que uma das principais causas do desaparecimento de espécies tão prolíferas é a enorme pressão sobre suas populações para abastecer o mercado ilegal de aves. Não há dúvida de que uma das soluções para evitar a definitiva extinção dessa espécie na natureza é a ampla criação em cativeiro para abastecimento do mercado de aves de estimação. Essa estratégia de conservação é perfeitamente viável, dada a enorme produtividade da espécie em cativeiro. Uma fêmea jovem pode produzir mais de 20 filhotes em um único ano. A partir dessa iniciativa, espera-se que, dentro de alguns anos, os fazendeiros voltem a acordar ouvindo o lindo canto do canário em sua janela.

O principal fator para o sucesso de um criatório de pássaros é o rigoroso acompanhamento do mesmo. Pouco adianta alimentação e recintos adequados, se não são feitas observações sobre o desempenho dos reprodutores e filhotes. Um bom criador é aquele que conhece as características de cada indivíduo de seu criatório e sabe identificar com precisão qualquer anormalidade.

Tendo os fatos acima em mente, a chave do sucesso da criação doméstica baseia-se na higiene e na profilaxia de enfermidades, parasitas e/ou microrganismos nocivos. Por isso, a limpeza deve ser realizada com regularidade, com faxinas rotineiras de todos os componentes do criadouro para eliminação de focos de matéria orgânica, microrganismos e insetos. A sujeira precisa ser eliminada, combatendo-se, também, piolhos, ratos, formigas, baratas e lagartixas que podem invadir os ninhos e as gaiolas.

A utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação baseado em pesquisas e no real conhecimento de cada espécie em foco, assegurando, assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento econômico e conservacionista. As técnicas de criação da espécie já existem e foram desenvolvidas por grandes amantes das aves. Resta, agora, o apoio acadêmico de universidades para aprimorar uma tecnologia puramente nacional que poderá ser, em seguida, exportada para outros países. O canário da terra é pouco conhecido no exterior e tem grande potencial para tornar-se mais uma das aves canoras comumente criadas em todo o mundo.

A criação comercial do canário da terra solucina o problema da ameça de extinção da espécie.

No curso “Criação Comercial de Canário da Terra (Chapinha)”, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas são tratadas diversas informações e conhecimentos de técnicas importantes para o sucesso da criação, abordando assuntos como: criatórios visitados; nutrição; instalações e equipamentos; sanidade do plantel; manejo; reprodução; cria e recria; diferenças do manejo nos quatro criatórios; e legislação.

Nele, você receberá informações do biólogo Paulo Augusto Ribeiro Machado, da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, especialista e consultor em criação de aves silvestres e exóticas em cativeiro, e do zootecnista Fábio M. Hosken, especialista em criação de animais silvestres, consultor da FAEMG/SEBRAE-MG.

Após fazer o curso e ser aprovado na avaliação, o aluno recebe um certificado de conclusão emitido pela UOV – Universidade On-line de Viçosa, filiada mantenedora da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

Seja qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade. A criação de animais da fauna brasileira em cativeiro está prevista na portaria do IBAMA nº 118 e 117, de 15 de outubro de 97.