Uma técnica de colheita que foi largamente utilizada no passado e ainda hoje é praticada em muitos canaviais é a queima imediatamente antes da colheita. O objetivo é queimar as folhas deixando os colmos limpos e adequados, portanto, para serem transportados e moídos aumentando, assim, o rendimento da colheita. No entanto, esta técnica tem sido combatida nos últimos tempos por uma série de razões, como:
- redução da qualidade da cana,
- menor tempo de espera até a moagem,
- possibilidades de contaminação por presença de resíduos indesejáveis no caldo,
- poluição ao meio ambiente.
A cana possui uma microbiota natural mas, com a queima pode aparecer um número maior. A queima quente (realizada no período das 12 às 18 horas) pode provocar exsudação excessiva, principalmente nos meses secos do ano, ocasionando grandes perdas de açúcar e aumento de microrganismos indesejáveis em relação à cana crua. “A cana-de-açúcar pode tornar mais susceptível ao ataque de microrganismos com a queima, pela destruição da cera que envolve os colmos e exerce ação bacteriostática”, afirma Dr. José Benício Paes Chaves, professor do Curso a Distância CPT Como Produzir Rapadura, Melado e Açúcar Mascavo - Processo Artesanal. Se a cana é deixada em pé após a queima, em condições de umidade e temperatura, ocorre o reinício de crescimento vegetativo, o que é feito às custas de açúcares. Assim, o corte e a moagem devem ser feitos logo após a queima, sendo também necessária a lavagem da cana.
No caso de se praticar a queima, há necessidade de maiores cuidados com a composição do solo, uma vez que essa prática elimina grande parte da matéria orgânica presente. Assim, de forma definitiva os produtores artesanais de rapadura, melado e açúcar mascavo, de alta qualidade, não devem adotar essa prática. Por isso, a cana deverá ser colhida e limpa, em seguida, com um facão.
Lembre-se de que ela deve ser cortada quando madura, procurando separar a palha e a raiz, visando obter um caldo rico em açúcar e livre de impurezas. Deve ser cortada em quantidade suficiente para a moagem de um dia, sendo desaconselhável que fique no canavial ou no pátio da indústria por mais de 24 horas até ser moída. A demora no transporte e na moagem da cana cortada, especialmente nos períodos úmidos e quentes, aumenta a perda de açúcar, favorecendo a formação de inibidores da fermentação.
Algumas características convencionais de qualidade da cana são a Pol, Pureza, Açúcares Redutores, pH e Acidez Total. Ainda que não seja propriamente uma característica de qualidade, o rendimento é um atributo importante no sistema de produção.
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Por Silvana Teixeira.
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