Como combustível, o álcool pode ser utilizado em motores de ciclo Otto ou Diesel. Nos do ciclo Otto, ele pode ser misturado com a gasolina, na forma de álcool anidro, ou puro, na forma de álcool hidratado. Em motores diesel, ele pode ser misturado com emulsificantes ou com óleo diesel; em motor com duplo sistema de injeção, um para o álcool e outro para o óleo diesel; e, na instalação de sistema de carburação, o álcool é misturado ao ar aspirado pelo motor.
“A utilização do álcool como combustível pode necessitar de adaptação dos motores, o que acarretará um certo custo inicial. No entanto, em pouco tempo, será compensado, já que o custo de produção desse combustível é consideravelmente inferior ao que se paga nos postos de abastecimento”, afirma Juarez de Souza e Silva, professor do curso Produção de Álcool Combustível na Fazenda, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Além disso, outros benefícios poderão ser obtidos como:
- redução na emissão de poluentes para a atmosfera;
- necessidade de mão de obra na produção, o que permite oferecer mais empregos;
- fonte de renda para o setor agropecuário;
- redução na agressão da camada de ozônio;
- ao contrário do que acontece com os combustíveis tradicionais, que um dia irão acabar, o álcool é uma fonte renovável, pois, a sua produção depende apenas de se possuir uma área de terra apropriada para o cultivo da cana e da construção de unidades de destilação.
De acordo com o disposto na Lei 15.436 de 12/01/2005 , criada para regulamentar a comercialização do álcool combustível na fazenda, para fins comerciais, é preciso:
- obter o alvará de funcionamento na prefeitura do município;
- obter o CNPJ, na Receita Federal;
- obter a Inscrição Estadual, na Administração Fazendária Estadual;
- obter o Número de Registro junto ao Ministério da Agricultura;
- contar com a participação de um responsável técnico pela qualidade do combustível produzido.
Da mesma forma, é necessário que o álcool, para ser utilizado como combustível, apresente uma graduação mínima de 85 G.L. Porém, a legislação exige que, para ser comercializado, como combustível, esta graduação deva ser de, no mínimo, 92 G.L. Sendo assim, se você for produzir álcool para consumo próprio, ele poderá apresentar graduação alcoólica de 85 G.L. Mas, se você for comercializá-lo, é preciso que ele apresente graduação alcoólica de, no mínimo, 92 G.L.
Fermentação do álcool
A fermentação alcoólica é o processo de transformação de açúcares em álcool etílico (etanol) e gás carbônico (CO2) pela ação de um determinado grupo de importantes organismos e Saccharomyces. Estes são desenvolvidos para propiciar fermentação uniforme, rápida e com alto rendimento em etanol. As leveduras devem ser tolerantes a grande variação de temperatura, nível de pH e altas concentrações alcoólicas. Elas podem se desenvolver na presença ou na ausência de oxigênio e, em um ciclo normal de fermentação, usa-se o oxigênio do início do processo até que ele seja todo consumido. Somente durante o período anaeróbio é que as leveduras produzem o etanol.
Antes de iniciar o processo de fermentação, deve-se tomar alguns cuidados:
- escolher cana madura, de boa qualidade e sem palha;
- manter boa higiene das moendas;
- moer a cana no máximo 48 h depois do corte (melhor seria moer no mesmo dia da colheita);
- coar com peneira fina para separação do bagacilho;
- fazer uma cuidadosa decantação para separação de materiais pesados existentes no caldo;
- caso o processo seja executado unicamente para a produção de álcool, fazer a esterilização do caldo por meio de aquecimento e resfriamento;
- caldo com teor de açúcar acima de 16 Brix está sujeito a fermentação com atraso ou incompleta e caldo muito abaixo de 16 Brix apresenta baixo rendimento em álcool, o que implica aumento dos custos da destilação; .
- para evitar contaminação, fazer a diluição com água potável de boa qualidade;
- fazer a correção da acidez para pH entre 4,5 e 5 (um bom fermento desenvolve melhor nessa faixa);
- quando o teor de açúcar estiver acima de 16 Brix, deve-se fazer uma diluição do caldo para esse valor, mantendo-se a temperatura do caldo na faixa de 25 a 30ºC.
Fases da fermentação
Há três fases da fermentação depois de adicionado o fermento:
- Na fase inicial, os organismos vão se adaptando ao novo ambiente e começam a crescer. Nessa fase, o mosto, mesmo sem ter sido arejado, ainda contém uma determinada quantidade de oxigênio para facilitar o início do desenvolvimento das leveduras. O aumento de temperatura nessa fase é insignificante e não se nota formação de bolhas, que caracterizam o desprendimento de gás carbônico;
- Após 30 min, as leveduras começam a se reproduzir rapidamente e o número de organismos aumenta exponencialmente. O dióxido de carbono (CO2) é liberado em grandes quantidades, com borbulhamento intenso. Com o prosseguimento da fermentação, o fermento tende a se aglomerar (floculação). Essa fase é conhecida como fermentação principal ou tumultuosa, em que se nota um aroma agradável e característico. É nessa fase que a temperatura e o teor alcoólico aumentam, com correspondente redução no teor de açúcar do mosto;
- A última fase é a estacionária. O alimento começa a ficar escasso e a taxa de crescimento é reduzida. A produção de gás carbônico diminui e o fermento precipita.
Consulte mais informações, acessando os cursos da área Biocombustíveis.
Por Andréa Oliveira
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Comentários
Jose de assis santos
24 de mai. de 2018Gostaria de aprender: fazer o meu combustível para carro (fazer em casa para o meu próprio uso...)....!!!! Assis
Resposta do Portal Cursos CPT
24 de mai. de 2018Olá José de Assis,
Para mais informações sobre o Curso a DistânciaProdução de Álcool Combustível na Fazenda nossas consultoras entrarão em contato.
Atenciosamente,
Ana Carolina do Santos
José de assis santos
15 de abr. de 2018Importante quero aprender fazer álcool combustível....Assis....
Resposta do Portal Cursos CPT
16 de abr. de 2018Olá José,
Para mais informações cadastramos seu e-mail para receber nosso boletim informativo.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos