O milho é um dos cereais mais consumidos no mundo. A produção intensa é direcionada à nutrição humana e animal. Ele pode ser usado na forma bruta ou como matéria-prima de vários outros alimentos. Pode vir de grandes empresas de agronegócio ou de plantações mais simples, baseadas na agricultura familiar. Esse cereal originou-se nas Américas, sendo, posteriormente, difundido entre outros continentes. Antes mesmo da chegada dos portugueses, os índios já plantavam milho aqui. Porém, para isso, utilizavam técnicas rudimentares, desmatando e queimando parte da floresta.
Tipos de milho
Há dois diferentes tipos de milho disponíveis para plantio, o híbrido e o variedade. O produtor deve se informar sobre as vantagens e desvantagens de cada um, antes de fazer a escolha. Os professores da Universidade Federal de Viçosa João Carlos Cardoso Galvão, doutor em fitotecnia, e Glauco Vieira Miranda, doutor em genética e melhoramento, explicam as diferenças entre esses milhos. O variedade mantém a qualidade genética ao longo das gerações, se for plantado isoladamente. Já o híbrido, não.
Os professores alertam que, caso opte pelo híbrido, o produtor terá que comprar as sementes anualmente. Há quatro tipos de milho híbrido no mercado para a venda: intervarietais, resultantes do cruzamento entre duas variedades; simples, provenientes do cruzamento entre duas linhagens; triplos, procedentes do cruzamento de um híbrido simples e uma linhagem; duplos, oriundos do cruzamento de dois híbridos simples. Os híbridos duplos e triplos são os mais comumente utilizados.
As sementes do tipo híbrido são indicadas para produções em larga escala, onde haja um alto investimento, com equipamentos e máquinas sofisticados. Os professores universitários esclarecem que essas sementes não devem ser reaproveitadas em plantações posteriores, pois a produtividade sofre uma queda considerável de pelo menos 20%. As do tipo variedade também não devem ser reutilizadas. Elas têm sido bastante empregadas na cultura, pois além do preço mais acessível, garantem estabilidade à produção. Galvão e Miranda aconselham aos produtores a fazer um campo de produção de sementes a fim de evitar cruzamentos com outros milhos da região.
Fatores que determinam a produção
Para alcançar uma boa safra, é preciso que o cultivo seja realizado em terra fértil. Portanto, é imprescindível preparar o solo através da utilização do calcário. Ele é responsável pela diminuição da acidez e pelo fornecimento de cálcio e magnésio ao terreno. Para calcular a quantidade de calcário a ser aplicado no solo, é preciso coletar amostras da terra e fazer uma análise das suas propriedades em laboratório, pois só assim o agricultor terá uma noção mais precisa da qualidade do solo. No curso Produção de Milho em Pequenas Propriedades, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, há uma fórmula capaz de calcular com exatidão a dose de calcário necessária para a correção da terra.
Além do cuidado com a adubação, Galvão e Miranda afirmam que é preciso controlar as plantas daninhas e estar atento à quantidade de água necessária para garantir uma boa colheita. A disponibilidade hídrica, assim como a temperatura e a luminosidade também são importantes. Desse modo, algumas épocas do ano são mais propícias ao plantio do cereal para que os períodos da floração e de enchimento de grãos não ocorram em momentos críticos de ausência de chuva. Vale lembrar que regiões frias, como RS, SC, PR, sul de SP, sul do MS e sul de MG podem afetar o início do desenvolvimento do cereal em razão da baixa temperatura.
Galvão e Miranda explicam que quatro fatores são determinantes para a população de plantas por hectare: a fertilidade do solo, a arquitetura da planta, a finalidade da lavoura e a época de plantio. Além disso, quanto mais alta for a densidade da plantação, menor será o diâmetro do colmo do pé de milho, favorecendo a quebra e o acamamento. A alta densidade também diminui consideravelmente a quantidade e o tamanho das espigas, além de incentivar a proliferação do podridão de colmo.
O modo de disponibilizar as sementes ao longo do terreno não é aleatório, pois dificultaria a adubação, o controle de plantas daninhas e a própria colheita. Portanto, a plantação manual ou mecanizada devem sempre ter medidas precisas. Os professores ensinam que, no caso do plantio mecânico, as fileiras devem ser espaçadas de 90cm a 1,0m, e, no caso do plantio manual, as covas devem ser espaçadas de 40cm a 50cm. Vale citar que deve-se depositar de duas a três sementes de milho em cada cova.
Plantas daninhas
As plantas daninhas causam vários prejuízos à plantação. Elas podem consumir grande parte da água, da luz e dos nutrientes. Elas devem ser combatidas durante o período crítico de competição. Recomenda-se que a produção fique livre dessas plantas até que a oitava folha do cereal esteja completamente desenvolvida. Galvão e Miranda citam os métodos preventivos mais comuns: o cultural, o mecânico e o químico.
O preventivo consiste em evitar que as invasoras se estabeleçam. O método cultural é baseado em algumas técnicas utilizadas a fim de tornar a competição mais favorável ao pé de milho e menos favorável às ervas invasoras que o prejudicam. O mecânico refere-se ao controle por meio de capinas realizadas por tração animal ou de tratores, durante o período crítico de competição. O método químico consiste em aplicar herbicidas, substância capaz de exterminá-las. Ele é mais caro e, portanto, mais comum em grandes plantações.
O milho exerce inquestionável influência sobre a economia do país. O curso acima citado foi elaborado especialmente para você que pretende ser um produtor desse grão. Ele pode ser cultivado em pequenas propriedades sem a necessidade de um alto investimento, possibilitando uma boa margem de lucro a você e a sua família, caso sua intenção seja investir na agricultura familiar. O curso é completo, detalhando cada etapa do processo, desde a preparação do solo para receber as sementes até a colheita e o armazenamento do milho.
Por Camila Guimarães Ribeiro
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Comentários
Diego Dias
4 de nov. de 2021Gostaria de saber mais sobre a plantação de milho em pequena escala
Resposta do Portal Cursos CPT
10 de jan. de 2022Olá, Diego! Como vai?
Agradecemos sua visita em nosso site!
Como é bom saber que existem pessoas que desejam aprimorar seus conhecimentos!
Em breve, uma de nossas consultoras entrará em contato com informações sobre o Curso de Plantação de Milho.
Atenciosamente,
Lorena Tolomelli.
Moacir Lawandovski
21 de jan. de 2018Comprei uma pequena propriedade de 26 hectares na zona da mata, sempre trabalhei em construção civil, pensei em plantar cacau no local se voces tiverem algo a respeito ou puderem indicar algo melhor agradeço.
Resposta do Portal Cursos CPT
22 de jan. de 2018Olá Moacir,
Para mais informações cadastramos seu e-mail para receber nosso boletim informativo sobre agricultura.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
Ildo Neto
10 de ago. de 2013Muito boa essa matéria , estou iniciando um projeto de plantação de milho irrigado na região de Irecê Bahia , tinha varias dúvidas em relação ao cultivo dessa semente , a matéria me esclareceu alguns pontos obscuros . Parabéns aos professores .
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12 de ago. de 2013Olá, Ildo!
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
PEDRO NICOMEDES DE REZENDE
11 de abr. de 2012Muito satisfeito com a atenção dispensada pela equipe do CPT, tanto na aquisição de cursos como no recebimento de feed-back a respeito de gestão de pequenas propriedades e cultivo de culturas compatíveis com o pqueno produtor. Meus agradecimentos,
Resposta do Portal Cursos CPT
11 de abr. de 2012Olá, Pedro!
Nós que agradecemos e ficamos felizes em poder ajudar em sua qualificação profissional.
Conte sempre com os Cursos CPT!
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
PEDRO NICOMEDES DE REZENDE
1 de abr. de 2012Gostaria muito de receber notícias e materiais relacionados à pequena propriedade, Integração e consórcios aplicáveis à pequena propriedade, e indústria rural.
Resposta do Portal Cursos CPT
9 de abr. de 2012Olá, Pedro!
Que bom que gostou do artigo "Produção de Milho em Pequenas Propriedades"!
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Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos